AVISO: A CRÍTICA A SEGUIR CONTÉM SPOILERS DAS DUAS PRIMEIRAS TEMPORADAS DE ARROW APENAS
Depois da razoavelmente boa primeira temporada, Arrow avança para uma segunda temporada em que, na trama, Oliver Queen (Stephen Amell, que continua menos expressivo que uma porta) e seus companheiros de cruzada John Diggle (David Ramsey) e a insuportável Felicity Smoak (Emily Bett Rickards) lutam contra um inimigo do passado de Oliver, Slade Wilson (Manu Bennett) e também um monte de outras baboseiras aleatórias
O diferencial existente na primeira temporada, de o protagonista matar seus inimigos, simplesmente é inexistente aqui, Queen para de matar em memória de seu falecido amigo Tommy (morto no final da temporada anterior) e se chamando agora de “Arrow” (um nome de herói e não mais seu nome de criminoso “The Hood, viram que roteiro Jénial?)”, apesar de seu modo operante ser exatamente o mesmo fora esse detalhe, ou seja Arrow virou só uma série policial de televisão aberta genérica só que copiando a trilogía The Dark Knight de Christopher Nolan
Outra coisa que irrita são as ressurreições, Sara Lance (Caity Lotz) depois de morrer duas vezes uma ninja especialista em Deus sabe quantas artes marciais (porque no Arrowverse se você desaparece você automaticamente se transforma em um ninja) se transforma na Canário (qual o problema dessa série com cores nos nomes de herói), o próprio vilão principal Slade Wilson e até mesmo Malcolm Merlyn, o vilão da última temporada, que havia levado uma flecha no peito no fim da última temporada, retorna aqui como se nada tivesse acontecido
Já os característicos flashbacks retornam aqui, eles continuam sendo um ponto positivo, apesar de o plot twist final ser previsível desde o primeiro episódio da série, eles continuam em doses pequenas e enriquecem a narrativa, além de estarem fortemente ligados a trama do presente, contando toda a história de Oliver com Slade e Sara
A narrativa é simplesmente mais do mesmo, Queen e sua equipe enfrentam uma série de vilões da semana e lentamente se desenvolve uma trama maior, só que ao invés de Merlyn aqui temos Slade, que consegue ser mais interessante que Malcolm com motivações melhores, um plano melhor elaborado (mas não tanto) e também sendo melhor construído em virtude de suas aparições nos flashbacks, o exterminador é genuinamente ameaçador e imprevisível
Mas voltando aos problemas, temos os odiados “vilões da semana”, estrutura que já foi mais que saturada na TV e é repetida aqui, de que adianta Caçadora, Irmão Sangue, Solomon Grundy, Devastadora e tantos outros personagens dos quadrinhos se a única função deles na série e terem suas bundas chutadas pelo Arqueiro e talvez, só talvez, voltarem em um episódio futuro para repetir o mesmo processo? Até Barry Allen, o futuro Flash, aparece em um episódio duplo que serve de pilotbackdoor para sua série própria dá as caras apenas para ser mais uma das centenas de pessoas que descobrem a identidade “secreta” de Oliver Queen e fazer coisas que não vão ter nenhuma importância daqui pra frente?
Mas nem tudo é ruim, Paul Blackthorne atua muito bem como o policial Quentin Lance, seu arco parece ser o único realmente bem escrito da série, onde ele passa de um inimigo mortal até um ávido defensor do Arqueiro, uma pena que as filhas de seu personagem não tem a mesma sorte e tanto Sara quanto Laurel Lance tem arcos desinteressantes e também atuações terríveis por parte de de suas intérpretes Caity Lotz e Katie Cassidy respectivamente.
David Ramsey também ameaça demonstrar potencial mas o papel de seu personagem é reduzido a ser a voz da consciência de Oliver, e isso cansa bem rápido. Por fim eu não poderia encerrar sem falar da favorita de muitos Felicity Smoak, a personagem é péssima na sua função de alívio cômico, suas piadas, que já tinham perdido completamente a graça lá pra metade da primeira temporada, retornam aqui em maior quantidade, repetidas a exaustão em todo santo episódio, fora que a qualidade da atuação de Emily Bett Rickards é inversamente proporcional a sua beleza, ou seja, é péssima
Em conclusão, apesar de um bom antagonista e alguns bons secundários, Arrow apenas faz mais do mesmo na sua segunda temporada com menos qualidade do que na primeira, com atuações vergonhosas e roteiro e direção repetitivas que desperdiçam completamente o potencial que uma adaptação do material original possui.
Nota: 3,75
Publicado por: Johnny White.
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