Mulher Maravilha conta a história de origem da famosa heroína dos quadrinhos apresentada em Batman vs Superman. Sendo o quarto filme do universo compartilhado da DC Comics, carregava responsabilidade de revitalizar a confiança do público após as más recepções dos outros longas. A história se inicia no presente com Diana recebendo a foto vista em Batman vs Superman e a partir daí ela se relembra de toda a sua trajetória até aquele momento. O maior acerto do filme foi ter entendido a essência do que faz a personagem ser tão formidável, desde pequena Diana demonstra curiosidade a respeito do mundo dos homens e mais tarde quando descobre sobre a guerra, não hesita em abandonar tudo o que conhece para ajudar os que sofrem.
Do ponto de vista técnico, a fotografia de Matthew Libatique realça bem o paraíso que é Temiscira com cores vibrantes enquanto que em contrapartida o mundo dos homens é muito cinza, soturno e com uma paleta mais sombria. Os figurinos e a direção de arte se destacam por representar bem as características dos diferentes lugares e os costumes da época. O ponto mais fraco dos aspectos técnicos reside no CGI, durante vários blocos nota-se que os atores são substituídos por bonecos gráficos extremamente mau feitos, a câmera tenta disfarçar, porém é perceptível mesmo assim.
Em relação à história em si, o filme consegue manter um bom nível de qualidade entre as cenas, mesmo com alguns tropeços. Por exemplo, o bloco dos vilões formado pelo General Luddendorf e a Dra. Veneno beira ao ridículo com risadas maquiavélicas e diálogos à lá Dick Vigarista. A relação de Diana com Steve Trevor é sem dúvida o maior acerto do roteiro. Eles são pessoas com opiniões e jeitos bem diferentes de enxergar a vida, mas a vontade deles em fazer o bem os une. A química de Gal Gadot com Chris Pine foi essencial pra esse casal funcionar, tanto nos momentos mais sérios quanto nos mais cômicos, os dois convencem muito bem. A trajetória de Diana ao longo do filme é outro ponto a ser elogiado. Ela começa o filme bem “ingênua”, mas sua percepção muda ao longo dos acontecimentos e principalmente com o que ela acaba descobrindo a respeito da humanidade. O resto do elenco de apoio cumpre bem seus papéis, mas não recebem muito destaque por parte do roteiro.
Talvez o principal ponto fraco do longa resida em algumas quebras bruscas de tom, por exemplo, a sequência na loja de roupas em Londres tem um certo propósito narrativo, contudo o humor não estava à altura do que se pretendia alcançar. Dito isso, o ponto mais fraco dentre todos está no terceiro ato, é tão ruim que parece que é um filme diferente. Nele residem uma soma dos outros problemas mencionados anteriormente, CGI ruim, diálogos bregas, atuações caricatas e quebra de tom. O Ares tentando convencer a Diana a ajudá-lo com frases cafonas de vilão e aquele inglês britânico forçado foi ruim de doer.
Mulher Maravilha é um filme cheio de coração com boa ação, momentos divertidos e uma mensagem de amor para os fãs de quadrinhos.
Nota: 7,5
Publicado por: Matheus Eira.
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