Comédia romântica alemã apresenta conceitos interessantes da forma mais banal, vazia e desinteressante possível, criando um grande "nada" por quase duas horas.
O Fórum Nerd foi convidado a conferir o filme em uma cabine de imprensa á convite da A2 Filmes.
Uma campanha suja força o astro de cinema Marvin a fugir de repórteres e fãs. Coincidentemente, ele mergulha no cosmos do teatro feminista/queer, onde a sua chefe, Frieda, não está nem um pouco entusiasmada com a superestrela a princípio.
É sempre fascinante assistir filmes estrangeiros que fogem do circuito padrão de EUA/Canadá/Reino Unido, e principalmente de países que não temos muito acesso ao cinema deles, como por exemplo a Alemanha. Por isso, quando tive a oportunidade de assistir “Coisas do Amor” fiquei bem empolgado em conferir essa comédia romântica escrita e dirigida pela diretora Anika Decker (High Society, Traumfrauen) apesar da repercussão não muito boa no exterior. Mal sabia eu o que me aguardava.
Recentemente estive me perguntando o que faz uma pessoa assistir um filme ou uma série. Essa é uma pergunta bem pessoal e cada um tem uma resposta diferente, mas enquanto assistia o filme me perguntava “por que alguém assistiria esse filme?”. Absolutamente nada nele é marcante ou interessante, a direção é completamente cansada, o ritmo é arrastado e a história não quer dizer nada. Não tem absolutamente NADA .
A dupla principal vivida por Elyas M’Barek (A Onda, O Médico) e Lucie Heinze (Professor T, Tatort) tem uma química inegável que chega a convencer que eles são um casal. Agora, enquanto Heinze entrega uma interpretação simples mas funcional, Elyas sofre de carisma reverso e não tem nenhum talento para vender a maior parte de suas cenas, principalmente as dramáticas. O resto do elenco é composto com nomes desconhecidos mas que fazem a sua parte com naturalidade, mesmo com o roteiro quase inexistente de Decker.
Mas se o elenco é até que razoável, os personagens são talvez as coisas mais caricatas que eu vi em um bom tempo. Acho que nem comédias escrachadas ou paródias criam caricaturas tão genéricas de seres humanos quanto os roteiros de Decker, com as pessoas se comportando e agindo da forma mais estúpida e escriptada possível, chegando a causar muitas cenas de humor involuntário.
A direção de Decker é sonolenta e sem qualquer criatividade, sendo tão básica que nem pode-se dizer que ela é simplista, e sim ruim. Já a parte técnica é pífia não tendo nada a se destacar ou que faz gerar algum sentimento.
Há uma tentativa de fazer alguns comentários sociais importantes, porém o filme não sabe se decidir se ele quer passar uma mensagem progressista ou conservadora, e erra ao tentar agradar os dois lados. Inclusive, existe uma sequência dramática no começo do filme importantíssima que é tão caricata e mal escrita que gera apenas risadas e muito humor.
O que torna tudo um pouco mais frustrante é que nessa colcha de retalhos mal executados tem algumas ideias legais que se estivessem na mão de um diretor e produtores realmente interessados em criar algo valioso ou digamos… bom, elevariam o filme para um patamar bem superior que o fariam pelo menos entretivel.
“Coisas do Amor” é uma experiência completamente desinteressante e até que frustrante. Alguns momentos são extremamente irritantes, mas não chega a ser aquele filme que te ofende pessoalmente como ser humano, é apenas um retrato de uma produção feita sem qualquer esmero para ter o que lançar nos cinemas ou preencher um catálogo de algum streaming.
Nota: 3,5
O filme já está em cartaz nos cinemas.
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