Chegamos na metade e a série continua perdida sem saber executar suas boas ideias, apresentando uma das produções mais desperdiçadas da Marvel.
Fury descobre uma conspiração Skrull rebelde.
Enfim chegamos na metade de “Invasão Secreta”, a nova série de espionagem da Marvel Studios para o serviço de streaming Disney+ e criada por Kyle Bradstreet (Mr. Robot). O episódio continua a história de Nick Fury (Samuel L. Jackson) e o skrull Talos (Ben Mendelsohn) lutando contra uma célula rebelde de skrulls que estão tentando conquistar a terra e acabar com a humanidade.
O que é mais fascinante nessa série é como tudo nela parece absolutamente incrível e trazendo um frescor que todos clamavam para o MCU. Uma trama mais séria com um clima diferente e personagens “marginalizados” da Marvel, e mesmo assim ela falha completamente em quase tudo. Todos os ingredientes estão certos, mas o ritmo arrastado e direção genérica fazem essa mistura ficar insossa e sem graça.
Com toda a certeza a melhor coisa da série é o aprofundamento no personagem de Nick Fury (Samuel L. Jackson) e o seu passado. Não só o rejuvenescimento por cgi é ótimo, mas ver mais desse personagem que está presente desde o começo do MCU de uma forma tão pessoal é muito legal, inclusive o seu relacionamento com a sua esposa, Priscilla Fury (Charlayne Woodard) que é uma skrull.
Outro elemento muito legal dos quadrinhos incorporados aqui são os Super Skrulls, que enquanto nos quadrinhos eles ganham os poderes do Quarteto Fantástico, aqui vira uma mistura até interessante de poderes e criaturas do MCU. Uma pena que isso é outra coisa que a série pega e desperdiça de uma maneira bizarra, o que deveria ser uma grande revelação dos episódios finais já está sendo mostrada como uma coisa mundana, e para mascarar alguns plot twists vagabundos.
O personagem de Talos continua sendo um dos mais carismáticos e interessantes da série por seus conflitos internos, além do carisma de Ben Mendelsohn (Rogue One - Uma História Star Wars, The Outsider). Já o resto dos personagens são completamente jogados e sem qualquer tipo de interesse, inclusive o próprio Kravig vivido pelo também excelente ator , que no papel é um ótimo vilão, mas a sua execução pífia o transforma em um Killmonger de quinta categoria.
Talos inclusive tem um foco maior neste episódio, sobre seu personagem e drama interno de ter que antagonizar a sua raça nessa guerra. A cena dele pegando o filho Skrull e usando como refém contra o pai, e logo depois sendo obrigado a interrogar ele é o tipo de coisa que deveria ter mais nessa série, uma pena que logo em seguida vem uma sequência vergonhosa do submarino.
Embora não tentem arriscar e fazer algo único, a série pelo menos mantém um padrão de qualidade bom no quesito efeitos especiais (algo que as séries da Marvel deveram muito) e valor de produção. Já a direção de Ali Selim (O Verdadeiro Amor, Condor) continua sendo bem qualquer coisa, parece cansada e desestimulada, quase como se o diretor não estivesse interessado na série (o que causa esse comprometimento no ritmo).
O episódio termina com dois plot twists óbvios e idiotas. Um é o da possível morte de G'iah (que está mais do que óbvio que ela não morreu já que deve ter se tornado um super skrull) e de que Priscilla está trabalhando junto de Gravik, que também era algo óbvio considerando a conexão dela com Kavik mostrada no episódio passado e a ausência de Fury pós blip. É mais uma tentativa de criar uma reação forte do espectador mas que só gera o famoso: “ah tá”.
“Invasão Secreta” está longe de ser a pior série da Marvel Studios, isso é um fato. Mas esse marasmo semanal que tenta (e acha) que está criando uma obra complexa chega a ser frustrante por conta do grande potencial que a série tinha. Tirando o aprofundamento de Nick Fury, é um grande desperdício de tempo, personagens e ótimos atores.
Nota: 5.5
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