Um dos melhores filmes de terror do ano até o momento, muitas mortes, nojeiras e demônio boca suja.


🚨🚨POSSÍVEIS SPOILERS!!🚨🚨

Evil Dead (A Morte do Demônio) sempre foi para muitos um dos melhores exemplos de terror escrachado de primeira, onde seu conceito base girava em torno de um livro demoníaco, que, quem fosse a ler, iria invocar um demônio e dominar sua alma e trazer toda a desordem para o local em questão. Sam Raimi criou uma franquia extremamente memorável ao lado de Bruce Campbell como Ash Williams (que não vai voltar mais para o papel, mas quem $abe as coisas mudam) e expandiu ainda mais o conceito em filmes posteriores, incluindo uma série. Porém, dez anos depois do último filme da franquia, Lee Cronin, o diretor do longa, trouxe a saga de volta aos cinemas com mais um exemplar, em uma época em que tudo está voltando, seja em sequências-legado, remakes e a ferramenta nostalgia correndo solta e adoidado, o diretor ao invés de tentar reinventar algo, ele opta pela questão mais inesperada do filme: simplicidade.

Beth (Lily Sullivan) após viajar a trabalho em tûrnes de bandas, decide visitar sua irmã Ellie (Alyssa Sutherland) com seus três filhos, que estão passando por problemas após a separação do pai da família, após um evento ter revelado um cofre subterrâneo na fundação do prédio e ter revelado estar escondendo o Necronomicon, após terem acidentalmente citado as orações, a família passa a ser assombrada por um demônio perverso em um prédio sem rotas de saídas.

Uma das maiores diferenças que o filme faz questão de mudar em relação a boa parte dos filmes passados (com exceção de Army of Darkness) foi ter deslocado o local clássico da cabana no meio da floresta para um prédio semi abandonado no meio da cidade que tem poucas pessoas morando ali. Óbvio que o filme faz uma referência a esse local no início do filme , quando temos a abertura em uma floresta numa cabana de formato peculiar, mas é apenas um aceno e um belo easter-egg para os fãs da franquia, já que logo, saímos imediatamente disso para o cenário em que todo o filme vai se passar, e tenho que elogiar a escolha deste local, o diretor soube muito bem manusear as cenas de claustrofobia num espaço pequeno mas que muito bem dirigido, pode ter algumas pessoas que não vão curtir tanto, já que podem ficar enjoadas rápido aqui, mas para o fã que sempre acompanhou a franquia e que sempre viu quase todas as histórias se passarem num único cenário quase, creio que a “novidade” será do agrado de muitos, pois para mim o filme fez de otima maneira o filme funcionar aqui.


O roteiro como havia brevemente mencionado, não tem papa na língua, é jogo rápido, um início que estabelece algumas situações dos personagens, há um evento catalisador que eventualmente vai revelar o livro, nisso somos levados para casa e os eventos macabros começam a ocorrer, a duração de uma hora e meia casou perfeitamente com o que a história quis proporcionar nesse filme, sendo direto e simples e sem muito invencionices, o filme flui melhor mesmo mais para o meio do filme de fato, é aí que vemos o puro suco da diversão.

Logicamente vão se perguntar se o filme carrega a essência da franquia ou só usa o mesmo nome? e não poderia ser mais feliz em dizer que é puro suco da franquia, principalmente no la para o meio do filme veremos um show de bizarrice que só essa franquia poderia proporcionar a nível perturbador do terror escrachado, o filme obviamente tem suas qualidades próprias, sendo um amálgama de filmes de terror atuais para dar o toque de atualizado para a franquia o que apoio muito. Vemos muitos jogos de câmeras e situações de sustos pegos de filmes pós horror (com Robert Eggers e Ari Aster os maiores exemplos de diretores de tais filmes) como também pega elementos do terror blockbuster como a franquia Invocação do Mal, mas calma aí, gafanhoto, o filme é Evil Dead ao extremo, temos inúmeras situação com o Deadite (que é o nome dos demônios da franquia) fazendo deboches e zoando nas cenas, a famosa cena dos galhos prendendo a vitima, só que sem a parte do estupro, a tosqueira intencional, tudo que tinha na trilogia do Sam Raimi, mas sabendo dosar a comédia com momentos de tensão, fora que o diretor emula vários jogos de câmeras do Raimi incluídos em várias cenas, principalmente com a referência da câmera se movendo e closes na cara dos atores, mas Cronin consegue trazer o gore de várias formas possíveis, com mutilações, Deadites se flagelando (a cena do copo, agonia só de pensar urgh) o diretor consegue causar desconforto no público.

As atuações, destaque para a atriz de Ellie, Alyssa Sutherland arrasa no papel, consegue fazer a mãe preocupada pelo bem estar dos filhos, e sua transformação no Deadite é de impressionar muitos, algo que quase não se vê nesse tipo de filme, ela realmente fica biruta das ideias e a mãe vira uma outra, com certeza ja se consolidou como o deadite mais marcante da franquia, fora que o trabalho de maquiagem aqui na atriz é muito bem feito. A irmã, Beth, ela tem seus momentos, mas acaba ficando muito na sombra da irmã, mas ela entrega legal sua trama aqui, que todos ao seu redor desacredita do trabalho dela e que acham que ela é uma baladeira e tudo mais, e quando o caos começa, ela consegue fazer o papel de uma verdadeira mãe que quer proteger seus “filhos” a todo custo, o que é legal com todo o background imposto a ela aqui.

Os filhos não tem muito a se adicionar, já que sendo sincero, o filme não faz questão de aprofundar tanto assim a história da família, só sabemos o que precisamos saber e acabou, o que acaba deixando eles superficiais e apenas com seus respectivos estereótipos de todo jovem desse tipo de filme, Bridget (Gabrielle Echols) é a jovem cética do filme, que se preocupa o tempo todo e impõe o tempo inteiro, Danny (Morgan Davies) é o cara mais rebelde que gosta de ser DJ, característica essencial para a invocação do espírito aqui, e só, e tudo bem, eles funcionam no filme e tem suas funções. A pequena Kassie (Nell Fisher) é a criança quase prodigio que tem ações estranhas, ela se sobressai bastante em comparação aos irmãos mais velhos, pois proporciona cenas tanto de drama quanto até mesmo com um toque meio sádico de humor (a cena em que ela diz que a tia seria uma boa mãe para que logo em seguida dizer que ela sabe mentir para uma criança sobre toda a situação que está acontecendo, eu não queria rir mas ri muito).


O trabalho técnico do filme, aliás, é legal, dado ao orçamento, conseguiram fazer um cenário que se transforma com o passar do filme, de um prédio em decadência meio vintage para um prédio sinistro e escuro é espetacular. O Necronomicon por exemplo, temos mais uma atualização do livro (que aqui foi revelado ter três exemplares do livro, este sendo o terceiro, conexões futuras a vista) tem uma aparência bem legal, ela não é como a maioria dos outros livros, mas tem sua característica única, com dentes afiados sendo a espécie de cadeado do livro que só abre com derramamento de sangue na capa, uma expansão de mitologia bem-vinda. Conclusão: Uma excelente adição à franquia, e um dos melhores filmes de terror, ou o melhor, até o momento, começa de uma forma lenta mas depois fica extremamente agonizante e medonho, com tosqueira pra lá e cenas grotescas para cá, o filme moderniza e dá mais nuance para o universo da franquia, ao mesmo tempo que brinca com recursos que fazem emulação aos filmes posteriores da franquia, com jogos de câmeras inspiradas, personagens carismáticos, e memoráveis cenas. Como é bom ter alguém que sabe como uma franquia estabelecida e querida funciona, e se você gosta da franquia, vá assistir e tente se divertir, a menos que tenha medo de terror né. Nota: 9,0

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