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Série continua provando que é um drama de calibre com novo episódio primoroso
Quando anunciada a adaptação de The Last of Us em formato de série, não pude deixar de me perguntar se era realmente algo necessário. O primeiro game, e o único que joguei, é bastante cinematográfico, um dos primeiros com essa tendência que a PlayStation aperfeiçoaria em seus próximos exclusivos. Mais cinematográfico até que os games do Hideo Kojima. Então o que uma adaptação em live-action iria adicionar ao título a não ser uma cópia cena por cena? Felizmente, Craig Mazin (Chernobyl) viu a oportunidade de acrescentar a história ao invés de apenas adaptar. E por isso sou grato.
The Last of Us até agora soube muito bem lidar com a mudança de perspectiva ao focar em outros personagens, algo que Craig Mazin soube fazer muito também em Chernobyl. O terceiro episódio fez isso magnificamente com a história de romance de Bill e Frank, mostrando algo agridoce, mais doce do que amargo francamente, em uma história pós-apocalíptica, algo pouco visto em tramas com essa temática e que foi um sopro de ar fresco. Continuando a mostrar mais de personagens secundários, agora temos uma história trágica de deixar qualquer um comovido.
Vemos mais sobre Henry e Sam, apresentados brevemente no episódio anterior, e eles são perfeitamente trabalhados durante todo o episódio. O relacionamento entre o irmão mais velho protetivo e seu irmão caçula é bem escrita, e as performances de Lamar Johnson (O Ódio que Você Semeia) e Keivon Woodard (Fractal) fazem justiça ao material que com certeza é o sonho de inúmeros atores dramáticos. Não é exageradamente melodramático e sim possuidor de um pathos real. Em uma hora conseguimos entender suas motivações e se apegar a eles, mostrando como o roteiro da série compreende que o verdadeiro poder de uma história está em seus personagens e como o público reage a eles.
E ambos os personagens são memoráveis mesmo sendo secundários, além de reforçarem os protagonistas em suas personalidades pelo modo que vemos eles interagindo. Joel com sua inabilidade de confiar em outra pessoa, seu semblante de distanciamento emocional e frieza, e Ellie, com uma atitude completamente oposta, o que torna a relação dos dois cada vez melhor de se assistir, episódio após episódio, sempre desenvolvida.
Não bastasse a excepcionalidade no drama, o episódio também é uma aula em como construir tensão em seu último ato. Sem entrar em detalhes, a forma como constroem a grande cena de ação no final é feita pra te manter na ponta do sofá. Além disso, deixo aqui meu elogio a maquiagem e efeitos especiais da série, o aspecto técnico até então também está sendo estelar. O destaque aqui sendo o visual do baiacu, aterrorizante e apresentando zero defeitos.
Ao invés de apenas capitalizar com o nome da franquia e fazer uma adaptação batida, The Last of Us tenta se renovar com o passar dos episódios, acrescentando á história dos personagens e á trama em geral, aprofundando quando necessário e até melhorando a narrativa e ritmo do game, que mesmo sendo excepcionais, são prejudicadas por causa da dissonância ludonarrativa. O que resta agora é aplaudir a HBO e esperar ansioso os próximos episódios que serão tão bom ou melhores como esse.
Nota: 10
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