Podemos nos contentar felizes com o segundo episódio de The Last of Us, pois, tratando-se de uma adaptação de um jogo, o nosso senso crítico sempre estará em alerta, esperando uma súbita piora ou alguma adição que desvie tanto da obra original, que acabe estragando. 

Mas esse não é o caso, pois aqui vemos uma adaptação que acrescenta sem denegrir. Praticamente o episódio todo é construído através de cenas que não estão presentes no jogo; os desfechos são os mesmos, porém, o caminho difere bastante. 

Iniciamos com um desenvolvimento que antes residia apenas nas teorias dos fãs mais assíduos, que acabou por ser confirmada, onde a origem do vírus tem correlação com a farinha, já que os primeiros casos ocorrem em uma fábrica que a produz. 

Todo os primeiros minutos são focados em uma personagem criada para série. Uma especialista em micologia da universidade de Jacarta, que é convocada pelas forças armadas para ter o primeiro vislumbre do fungo que veio a infectar todo o globo. 

Logo depois vemos uma longa interação entre Ellie, Joel e Tess, que ainda estão aflitos com o fato da Ellie ter sido mordida sem a infecção tomar conta de seu corpo. E esse senso de proposito que é construído aqui, onde vemos um Joel que quer abandonar a missão passar a ser o guardião dessa garota que pode ser a esperança da humanidade. 

Não só a origem da infecção, mas o comportamento de colmeia é algo que foi desenvolvido além do apresentado no jogo. Por ser um elemento muito difícil de ser aplicado em um game, o conceito de que se você apenas tocar em um fungo vivo já será suficiente para alertar toda uma horda, nunca foi apresentado mas faz total sentido. Além de trazer um novo aspecto de tensão, pois um passo em falso é suficiente para por a vida dos personagens em cheque. 

Também foi comentado mais acerca da solução que os governos tomaram para controlar a peste: bombardear as grandes cidades. Vemos que esse genocídio atroz e desesperado, apesar de não ser eficiente, foi benéfico para poucas cidades, que tiveram um resquício de sobreviventes capazes de reconstruir um local para sobreviver. 


Aqui também temos o primeiro encontro com os "estaladores", que são indivíduos infectados pelo fungo, que já foram totalmente contaminados, a ponto de perderem a visão e relegarem toda sua percepção à audição. Além de mais resistentes, seu frenesi e violência trouxeram para a série, todo o horror que os jogadores sentiam na pele ao enfrentarem estes monstros.

Alguns momentos o ritmo fica um pouco mais arrastado, mas não chegam a atrapalhar o despenho total, já que no geral, pela imersão e qualidade da série, somos hipnotizados por essa jornada fazendo com que o a duração do episódio pareça menor do que efetivamente é. 

Por fim, o episódio encerra no ponto mais climático(mas não mais aterrorizante), onde apesar de ter alterado o evento do game, funciona perfeitamente na série, tendo o desfecho que importa para a narrativa. 

Esperamos que a série mantenha seu nível até o final, pois se esse feito for alcançado, teremos diante de nós a melhor adaptação de um jogo de toda a história

Nota: 9

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