Com roteiro fraco e sem sal, longa decepciona até aqueles que pouco esperam dele.

Está aberta a temporada de filmes natalinos nos streamings! Dentre os ingredientes favoritos, que tanto esperamos que os filmes dessa época tenham, estão o romance, pitadas de drama e a leveza que o clima natalino nos proporciona.

O filme da crítica de hoje chegou  ao catálogo da Netflix no dia 24 de novembro, mas já advirto que faltou tempero em sua mistura.

O Diário de Noel é um romance dramático estadunidense baseado no livro de Richard Paul Evans. O longametragem é dirigido por Charles Shyer, enquanto seu roteiro é escrito por Rebecca Connor, David Golden e o próprio Shyer. O filme é estrelado por Justin Hartley, ator bastante conhecido pela série de sucesso This is Us, na qual interpreta Kevin Pearson.

Na trama acompanhamos um escritor de best sellers, Jake Turner (Justin Hartley). Quando comunicado do falecimento de sua mãe, Jake retorna à sua antiga casa às vésperas do Natal, para assim resolver os problemas relativos à herança. Lá, ele conhece Rachel (Barrett Doss), uma jovem que está em busca de sua mãe biológica que teria supostamente vivido e trabalhado naquela mesma casa como babá há muitos anos. A partir desse encontro inesperado, os dois embarcam em uma jornada de autoconhecimento, sem imaginar o que o futuro estava prestes a lhes reservar.

Apesar do enredo aparentemente promissor e compatível com o que esperamos de filmes natalinos, a narrativa se torna rapidamente desinteressante, pois não tarda a demonstrar que caminha sempre em uma linha reta. 

Falta humor para dar sutileza, ao mesmo tempo que falta a profundidade requerida pelo cunho dramático nos diálogos que deveriam nos conectar aos personagens, enquanto estes embarcam em suas jornadas pessoais. 

O problema em si não é previsibilidade dos fatos, mas sim a monotonia na qual eles se desenrolam. O Natal em si é mera formalidade, não interfere e nem cria a atmosfera tão aguardada.

Apesar de apresentar o experiente Charles Shyer na direção, responsável por dirigir uma das melhores comédias de todos os tempos, O Pai da Noiva (1991), temos cenas terrivelmente picotadas e erros de continuidade que ficam difíceis de relevar. Sem falar nos furos de roteiro que surgem puramente como convenção de roteiro (como Rachel ler um livro daquele tamanho em uma noite!).

Que Justin Hartley tem experiência no drama já sabemos, mas é difícil comprar o propósito de seu personagem, bem como seu romance com Rachel. Barrett Doss, apesar do carisma nato, não parece confortável no papel. O casal é aceitável, mas não chega a nos fazer vibrar, justamente porque a construção da história dos dois é quase desconexa e forçada.


Não ache que deparará com um Papai Noel no filme, em razão de seu título. Noel é o nome da personagem que narra parte do longa, portanto menos uma decepção ao longo da trama.

Ainda que com lições de recomeço e segundas chances, não dá pra se investir emocionalmente naquilo que mais parece vazio. Uma sucessão de erros, que torna a experiência ruim. Disponível na Netflix. Assista se tiver muita disposição.

Nota: 4,5

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