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Algumas
histórias de amor acontecem a partir de um amor proibido entre duas pessoas. Um
casal apaixonado proibido de viver esse drama romântico e separado por questões
raciais em um período segregacionista dos anos 1940, principalmente em uma
região extremamente racista, pode ser contado de maneira marcante e bastante
dramática.
Basicamente,
este é o enredo de “O Homem do Jazz”, que, embora possa parecer uma história
simples e já tão conhecida, consegue ter o diferencial de apresentar, em sua Trilha
Sonora, um vislumbre impressionante do Blues e Jazz da época. O filme em tela é
uma história de drama romântico e amores proibidos embalada pelo Blues e Jazz e
pelo racismo no sul dos Estados Unidos da década de 1940, cujo amor proibido pode
levar os protagonistas a graves consequências por causa do segregacionismo
racial.
Na trama, durante o auge do segregacionismo racial no sul dos Estados Unidos da década de 1940, Bayou é um homem humilde que se apaixona por Leanne, uma moça de família rica. O casal tenta viver seu amor, mas são proibidos pela família da garota a continuar esse romance.
Anos
se passam e Bayou se torna um cantor de Blues de muito sucesso, enquanto Leanne
é forçada por sua mãe a se casar com um homem de família rica. Todavia, o
sentimento de amor entre os dois ainda existe e eles estão dispostos a lutar para
viver esse romance proibido.
Escrito e dirigido por Tyler Perry, “O Homem do Jazz” aborda diversas questões raciais no sul dos Estados Unidos da década de 40, como a segregação e preconceito racial; além de tópicos críticos e delicados, como romance proibido. E esse conto de amor proibido é narrado de forma que faz uma investigação sobre um assassinato não resolvido. Com isso, segredos guardados por 40 anos são revelados e mentiras vem à tona, entre enganos e preconceitos.
O
filme adota o estilo narrativo de um drama de época em um cenário rural, o que
ajuda a dar muito mais autenticidade à película. A direção de Perry mantém um
tom suave, mas frequentemente estressante e tenso. Além disso, o diretor faz
muitas observações perspicazes sobre o racismo e preconceito racial. É
genuinamente surpreendente e chocante ver Leanne repreender e agredir uma
empregada (por esta ser negra) enquanto ela tenta levar a vida de uma mulher
caucasiana. Com esse tipo de tom narrativo, o filme demonstra que Perry se
tornou um cineasta proficiente.
Ao som do Blues e Jazz do sul dos Estados Unidos, “O Homem do Jazz” se concentra na história central de duas pessoas que se amam e desejam fugir para ficarem juntos, mas estão presas em um constante ciclo de racismo do sul dos Estados Unidos. É justamente neste ponto narrativo que o enredo do filme se mostra suave, cheio de confrontos emocionantes e, ao mesmo tempo, chocantes.
No
entanto, sob a superfície das adversidades que impedem o casal de cultivar seu
romance, está o extremo ódio da realidade caracterizada pelo intenso
segregacionismo sulista dos anos 40. Perry insere esse elemento narrativo na
trama como força motriz para engajar o conflito entre Leanne e Bayou, o que
aumenta o drama de seu amor impossível enquanto intensifica a complexidade estrutural
do filme ao abordar sobre o racismo e segregação racial.
Através da excelente Cinematografia de Brett Pawlak, a produção investe intensamente em uma Trilha Sonora fantástica e exuberante de Aaron Zigman, que se encaixa perfeitamente no atraente tema de Blues e Jazz do filme. Bayou é um personagem abençoado com uma voz maravilhosa, que se revela um cantor talentoso e faz bastante sucesso como cantor quando boas oportunidades chegam. Como resultado, a Trilha Sonora desempenha um papel significativo e vibrante na narrativa, com cada música proporcionando expressões emocionais intensas nos protagonistas, especialmente em momentos difíceis.
Com
isso, é notável ver o quanto as sequências musicais ao longo do filme se
destacam por suas representações de paixão. Debbie Allen coreografa esses
números de música e dança em uma série de cenas chamativas e animadas de boate
que acontecem quando Bayou (que se revela um cantor talentoso) e seu irmão
trompetista Willie Earl vão para Chicago em busca da fama. Desta forma, a
produção consegue mostrar o tipo de coração e relevância social que Perry está
tentando explorar – e isso é mostrado de forma extremamente emocionante.
“O Homem do Jazz” é um filme emocionante e, ao mesmo tempo, chocante e triste. O ritmo narrativo pode parecer meio lento, cuja história se inclina muito para o melodrama e tropeça em manter um tom consistente. Mas, com sucesso, Tyler Perry efetivamente se inclina para os elementos musicais como uma expressão do desenvolvimento da trama e dos personagens, levando seu próprio tempo para contar a história. Desta forma, através da música, o longa consegue desempenhar sua função de contar a história que se propõe.
Aprimorado
por excelentes elementos técnicos, desde o Design de Produção e Fotografia até a Trilha Sonora,
Perry consegue sequências harmoniosas e também, tensas. Esses momentos
estabelecem um padrão que transformam o filme em um drama romântico com
componentes iguais de amor e tragédia. Com isso, “O Homem do Jazz” se destaca
com um forte núcleo emocional, sequências musicais maravilhosas, excelentes
performances e discussões intensas sobre racismo e segregação racial.
“O Homem do Jazz” está disponível na Netflix.
Nota: 8.0
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