Lançado em 2021, ‘Ted Bundy: A Confissão Final’ chegou recentemente ao catálogo da Netflix e tem chamado a atenção do público, atraindo novamente a curiosidade sobre um dos criminosos mais conhecidos dos Estados Unidos.
Filmes sobre assassinos em série estão cada vez mais populares, e a indústria cinematográfica se aproveita muito disso. Porém, quanto mais obras desse gênero chegam até nós, ficamos mais exigentes, e esperamos que elas possam nos surpreender, visto que, não é agradável assistir sempre o “mesmo” filme. E é exatamente nesse ponto que este filme acerta.
O longa é protagonizado por Bill Hagmaier (Elijah Wood, o Frodo de ‘O Senhor Dos Anéis’), um agente da FBI, que na tentativa de tentar entender o instinto do serial Killer, acaba tendo uma relação curiosa com o assassino. Foram diversas conversas, onde pouco a pouco ele foi ganhando a confiança de Ted Bundy (Luke Kirby), chegando até o momento em que o assassino considera Bill um amigo, autorizando inclusive a que suas conversas fossem gravadas.
E é exatamente nesse ponto, descrito no parágrafo acima, que o filme surpreende e entrega algo diferente do que já vimos diversas vezes nesse gênero: o longa não foca nos crimes, no julgamento ou em uma tentativa de fugir da prisão, o foco é na relação dos dois personagens, e na complexidade da mente do Ted.
O elenco é competente e consegue entregar o que o filme exige com tranquilidade. Elijah Wood entrega um Bill Hagmaier expressivo, atencioso e focado no seu trabalho. Mesmo que a dificuldade da interpretação seja maior para seu companheiro de tela, ele está tão competente quanto. Luke Kirby brilha na pele de Ted Bundy. Seus momentos de mais intensidade no filme são no início de sua participação, e na reta final, onde é necessário mostrar a loucura, perigo e a mente perturbada que o personagem exige. Ainda completam o elenco nomes como Aleksa Palladina e Robert Patrick.
A diretora Amber Sealey faz um bom trabalho em filmar de perto todos os diálogos, sempre destacando a expressão dos atores. Essa decisão certamente é ajudada pelo roteiro afiado, que traz ótimos diálogos e consegue trazer o contraponto, e até as semelhanças que os dois principais personagens tem entre si.
Com a duração de 1 hora e 40 minutos, o filme pode afastar os espectadores que querem ver cenas violentas ou esperam encontrar cenas de ação aqui. O projeto é focado totalmente em seus diálogos e a interação entre os dois personagens, e por isso assume o risco de ter um ritmo lento.
‘Ted Bundy: A Confissão Final’ entrega mais uma obra sobre o midiático assassino em série, julgado e morto na cadeira elétrica pelo assassinato de mais de 30 mulheres nos Estados Unidos, sob uma nova perspectiva: seus crimes não são o que interessa aqui, e sim a sua perturbada mente.
Nota: 7,5
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