Disponível no catálogo da Netflix desde o dia 3 de agosto, a segunda temporada de Bom Dia, Verônica chegou sendo muito aguardada pelos fãs. Com a primeira lançada em 2020, no auge da pandemia, a série fez enorme sucesso e se consolidou como uma das principais séries brasileiras. 

Logo após um trágico final na 1ª temporada, Verônica (Tainá Müller) é obrigada a lidar com os desdobramentos de sua “morte”, já que precisou fingir isso para proteger sua família, e seu caminho se cruza com o misterioso líder religioso Matias Carneiro (Reynaldo Gianecchini). 

Bom Dia, Verônica não é uma série simples de assistir. O show aborda temas fortes da nossa sociedade, como abuso sexual, feminicídio, corrupção, entre outros, que infelizmente ainda existem, e em grande escala. O roteiro, que passa por Raphael Montes e Illana Casoy, aborda esses temas da maneira mais densa possível, não escondendo os horrores que todos esses acontecimentos trazem para as vítimas. Definitivamente a série tem a intenção de incomodar, e isso é extremamente positivo. 


Na primeira temporada, tivemos ótimas atuações, e confesso que meu medo era que esse nível abaixasse aqui, mas felizmente isso não acontece. Tainá Müller continua competente como a protagonista que cada vez mais está envolvida nos casos mais absurdos, e isso afeta completamente sua vida pessoal. Reynaldo Gianechini tinha a difícil missão de ser o vilão que certamente seria comparado com o Brandão de Eduardo Moscovis na primeira temporada, e o ator consegue entregar uma ótima performance. Ele é cínico, sonso e extremamente perverso. Temos também a importante adição de Klara Castanho, que interpreta a filha de Matias, que também está muito bem no papel, e vai crescendo potencialmente durante os episódios.

É curioso como esse novo ano tem elementos novos, e ao mesmo tempo mantém toda a dinâmica do anterior. Continuamos vendo sobre pessoas fortes dentro do sistema se corrompendo, e protegendo todo esse grupo, assim como pessoas que podem ajudar as mais necessitadas, e não fazem absolutamente nada. Como foi dito no início dessa crítica, a série não é simples de assistir, pois sabemos que a vida real não é tão diferente do que nos é mostrado na tela. 

O que mais diferencia os dois principais vilões das duas temporadas são as imagens que os personagens passam de suas personalidades: enquanto o Brandão era um homem mais quieto, de poucas palavras, que usava a força física para atrair suas vítimas, Matias é um ótimo orador, que usa sua persuasão e falsas promessas para conseguir os mesmos objetivos. 

A segunda temporada de Bom Dia, Verônica vem para consolidar a série como uma das principais produções nacionais, e não faz questão alguma de esconder ou disfarçar crimes que, apesar de estarmos em uma obra de ficção, acontecem e estão mais próximos  da gente do que imaginamos.

Nota: 9

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