Com um final empolgante, sétimo episódio explora o passado de alguns personagens e pavimenta ainda mais a trama da temporada.
Após o polêmico (nem tão polêmico assim) Herogasm, que no Brasil recebeu o nome de Supersuruba, foi ao ar nesta quinta-feira dia 30 de junho, o sétimo episódio de The Boys. E, senhoras e senhores, estamos caminhando para a reta final!
****** SPOILER ALERT*******
Posso dizer de antemão que esse novo episódio pavimenta um pouco mais a "estrada" dessa temporada nos permitindo conhecer mais do passado de um dos protagonistas da série, Bruto (Karl Urban), e de um dos sete, Noir (Nathan Mitchell).
A começar por Noir, achei de uma inteligência tamanha a escolha visual pra se narrar um pouco mais de sua história. Já havíamos conhecido no início da temporada a pessoa por trás do traje, e dessa vez nos é revelado um pouco mais sobre ele. Por meio de animações muito bem inseridas e que interagem com o personagem solitário, descobrimos toda repressão e violência que Noir sofreu nas mãos de Soldier Boy (Jensen Ackles) e compreendemos o porquê dele estar por trás da traição.
Vale pontuar que mesmo o flashback sendo nesse formato animado, que infantiliza e consequentemente nos faz ter uma certa empatia pelo integrante dos sete, isso não nos poupa de mensurar a forma dolorosa com que ele tem sua face desfigurada. Se Noir vai ter coragem de encarar Soldier Boy, assim como aquelas animações que ele fantasiou o encorajaram, saberemos em breve.
O passado de Bruto é retratado assim que ele é pego pelos poderes psíquicos do Turbo Mente, a presa da vez de Soldier Boy (lembrem-se que o objetivo do líder da equipe Payback é se vingar de todos que o traíram). Billy entra em um tipo de transe impossível de se sair. A partir daí, assistimos a infância repleta de abusos e violência que ele e o irmão caçula passaram. A escolha visual aqui foi utilizar uma escala de poucas cores e contrastes, capazes de traduzir a tristeza que era sua vida. Tomamos ciência também que o irmão dele se matou pouco depois de Bruto se alistar, algo pelo qual ele se culpa, assim como pela morte de Becca (Shantel VanSanten). Com tantos episódios enfatizando a frieza e calculismo de Billy, foi importante esse pra nos lembrar que ele é produto de um meio violento e que deixa marcas no caráter, às vezes irreverssíveis.
Quem tira ele do transe é Hughie (Jack Quaid), que está mais uma vez sob efeito do V temporário. A cena é um bom lembrete de que o lado emocional do jovem ainda fala mais alto do que a razão, já que pra isso ele de certo modo desafia Soldier Boy, que mesmo com essa interferência mata Turbo Mente sem grande dificuldade.
Por falar em composto V, Annie (Erin Moriarty) consegue um pouco de V permanente a pedido de Kimiko (Karen Fukuhara), que quer recuperar seus poderes e de quebra descobre as consequências letais do V temporário. Nada que não podíamos prever, certo? Poderes durando 24 horas sem efeitos colaterais seria muito bom pra ser verdade.
Após Bruto passar todo um período revisitando seus traumas e de parecer enxergar Hughie como se fosse seu irmão mais novo, me confundiu muito constatar que ele parece despreocupado em contar a verdade sobre a letalidade do composto. Espero que Billy tenha algum plano e não seja somente mais um indicativo de sua frieza. Só digo uma coisa: proteja meu Hughie a todo custo, Luz Estrela.
No arco da Vought temos Trem-Bala (Jessie Usher) se recuperando após assassinar Falcão Azul (Nick Wechsler) e tomando conhecimento de que teria recebido o coração dele. Como dizem: ironias da vida. Ainda que no episódio passado, a cena dele matando o Falcão tenha sido uma das mais pesadas e marcantes da temporada, a trama dele sempre me parece um tanto quanto deslocada das demais e um pouco filler de episódio.
E o mesmo vale para Profundo (Chace Crawford), cuja cena se resume à tentativa de introduzir um polvo no relacionamento com a esposa (algo que não dá certo, e ninguém liga). Depois dessa série nunca mais olharemos os polvos da mesma forma (isso é um fato). Maeve (Dominique McElligott) dá as caras brevemente, o que não é novidade infelizmente, mas ao menos lacra em seu diálogo com o líder dos sete.
Preciso mencionar duas tramas adjacentes de relevância. A primeira envolve Leitinho (Laz Alonso) que realiza o infame desejo que muito de nós temos quando o assunto é: negacionistas alienados. O segundo é a relação de Kimiko e Frenchie (Tomer Kapon) que me pareceu dar um passo atrás e retornar para uma friend zone meio que familiar. De um modo ou de outro, os dois têm uma conexão linda e carismática, ainda que não siga para um desfecho romântico propriamente.
Antony Starr, após o incrível momento a la Duende Verde do último episódio, aparece um pouco menos, mas ainda sim se destaca tomando seu leitinho de todo dia. A cereja do bolo, no entanto, chega no final, quando descobrimos que Soldier Boy é o pai do Capitão Pátria. Se analisarmos bem, não era difícil levantar essa hipótese, especialmente quando Capitão Pátria fala com Maeve da força que um filho dele com ela teria. Isso poderia nos incitar a pensar nessa questão de paternidade e no porquê do poder do Capitão Pátria ser tão discrepante dos demais heróis.
The Boys segue caprichando na estética e não deixa cair o ritmo de sua narrativa. Dá pra prever que essa revelação vai certamente atrapalhar o acordo entre Bruto e Soldier Boy, que ao que tudo indica não deve ficar interessado em se desfazer de sua prole.
Conta aí nos comentários o que você espera que acontecerá daqui pra frente.
Nota: 8,0
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