Crítica | South Park: The Stick of Truth (2014)

OBS: Essa crítica contém pequenos spoilers do jogo.

Souht Park é com certeza um dos mais conhecidos desenhos adultos já lançados. A animação criada por Matt Stone e Trey Parker ficou conhecida por seu humor extremamente bizarro e surreal, e suas 25 temporadas atraíram uma legião de fãs. Com isso, obviamente, os horizontes da série se expandiriam para outras mídias.

South Park: The Stick of Truth não é o primeiro jogo feito para South Park, mas com certeza ele (e sua sequência) são os mais conhecidos. Produzido pela Obsidian (de jogos como KOTOR 2 e Fallout: New Vegas), e distribuído pela Ubisoft, somos apresentados à uma verdadeira experiência South Park em jogo.

Isso já começa pois o roteiro do jogo foi escrito primariamente pelos próprios criadores da série, então já temos a ideia de como o jogo vai se desenrolando. Aqui, acompanhamos o "Novato", criado pelo próprio jogador, que entra no meio de um massivo jogo de RPG que os garotos de South Park estão participando.

A história é simples, escalando bem no humor da série animada, onde logo estamos envolvidos em conspirações do governo, zumbis nazistas, gnomos, Canadá e Taco Bell, mas o principal problema é que ela é curta de mais, mesmo que a história se desenvolva em uma "progressão natural", o tamanho pequeno da campanha reflete muito nos problemas no jeito que a gameplay torna-se massante mais para o fim do jogo.

O humor, como citado, é aquele que é conhecido, e é muito interessante como ele acaba sendo implementado dentro de alguns aspectos da gameplay de RPG por turnos apresentada. Pode ser tolerável para algumas pessoas e para outras não, tanto que o jogo chegou até a ser censurado em algumas regiões, mas eu gosto de como ele é feito aqui. O único crime, algumas vezes, é que ele pode ser ruim e malfeito.

Já no departamento da gameplay, nos temos a melhor parte do jogo. Um simples, focado, exclusivamente, na evolução do protagonista, mesmo com a presença de companheiros, sendo os personagens da série. A mágica dos combates acontece em como não é algo parado, onde você só vai escolhendo os comandos de ataque ou para ingerir itens que irão te ajudar. As interações para realizar combos no ataque, diminuir o dano na fase defensiva, e até para acertar e realizar mais danos com os ataques especiais e magias, adicionam para que os combates não se tornem entediantes. 

Momentos humorísticos são bem comuns no combate, sejam os inimigos absurdos, algum dos ataques especiais, as "magias" dentro do jogo (que, na verdade, são quatro puns especiais), ou até a chance de jogar cocô nos inimigos. Juntado esses elementos com a interação durante o combate, temos momentos muito hilários e criativos durante o combate.

Mesmo com tudo isso, a progressão muito linear, causada pelo tamanho, tanto do próprio jogo, quanto do mapa, faz o combate se tornar não-balanceado, e algumas vezes fácil demais, tanto que são apresentados muito poucos levels de evolução para o protagonista, e os companheiros não podem ser mudados ou evoluídos. Isso torna o sistema de equipamentos um pouco obsoleto, onde serve mais para botar as roupas que você quer no seu personagem (e como coletáveis, como são listados no próprio jogo), do que servem para o combate.

Ao final, South Park: The Stick of Truth é uma ótima pedida para quem for realmente fã da série, e consegue, até um certo ponto, entreter, na maioria das vertentes que apresenta.

Nota: 7,5