Quarto episódio aposta nas sequências de ação, enquanto Kamala se aprofunda na busca por conhecer suas raízes.

*****SPOILER ALERT*******
Foi ao ar nesta quarta-feira, dia 29 de junho, o quarto episódio da série do Disney +, Ms. Marvel. Após um terceiro episódio sem grandes crescentes, temos boas novidades e um ganho de ritmo, anunciando que a reta final promete ser intensa.

Um dos grandes trunfos está na ambientação, que começa com Kamala (Iman Vellani) e sua mãe, Muneeba (Zenobia Shroff), chegando ao Paquistão, a convite de sua "nani" Sana (Samina Ahmad). O choque cultural é bem explorado, ao mesmo tempo que acompanhamos um outro lado dessa república islâmica que muitos desconhecem (pasmem, mas algumas pessoas não imaginam que países como o Paquistão tenham regiões urbanizadas e que tenham muito mais do que apenas conflitos). 


Fica evidente em Ms. Marvel que a pauta da diversidade cultural não veio somente com caráter planfetário e superficial. A série nos convida a embarcar numa jornada verdadeira de autoconhecimento pelos olhos da própria Kamala sobre suas raízes mostrando como muitas vezes temos visões distorcidas daquilo que não é "ocidental", além de trazer à tona um evento histórico que realmente aconteceu no passado, a Partição, que deu origem ao que conhecemos hoje como Índia e Paquistão (vale salientar que essa explicação é bem simplista). Nesse episódio ficamos um pouco mais a par do que esse evento representou do ponto de vista de identidade e pertencimento, quando Sana afirma para a neta que sente como se seu passaporte fosse paquistanês, mas suas raízes indianas e completou dizendo que bem no meio existiria sangue e dor. 

Não demora até percebermos que a avó de Kamala tem ciência da situação "mágica" na qual a neta está diretamente inserida e compreendemos também que Muneeba até conhece as histórias, mas escolheu não acreditar nelas devido sua natureza fantástica, chegando inclusive a taxar Sana de louca, motivo este que  fez Muneeba partir para os Estados Unidos em sua juventude.

Finalmente conhecemos o significado da escritura no bracelete: "O que você procura, procura você”, que é basicamente o que já vem acontecendo na vida da nossa heroína teen. E é em razão dessa incessante procura que Kamala, assim que tem oportunidade, se desvencilha dos primos e segue atrás de respostas tomando como ponto de partida a estação de trem que ela vislumbra no fim do terceiro episódio. 

Já na estação, Kamala é rastreada através de sua Noor e conhece Kareem (Aramis Knight), o Adaga Vermelha, que a princípio a vê como ameaça e, por isso, inicia um embate com a heroína que serve para nos mostrar que Kamala está cada vez mais segura com seus poderes, embora ainda tenha muito o que aprender (e isso torna toda a experiência mais interessante e plausível de se assistir).
 

Assim que o Kareem percebe que Kamala não é uma ameaça, ele a apresenta a Waleed (Farhan Akhtar), o líder dos Adagas Vermelhas e é por meio dele que recebemos uma explicação mais didática sobre a existência dessa outra dimensão ao qual o bracelete está diretamente conectado. Segundo Waleed, o bracelete em mãos erradas poderia causar o rompimento do que eles chamam de Véu de Noor, responsável por permitir que os dois mundos coexistam sem interferências. Uma vez rompido, a dimensão Noor destruiria a nossa. (Nada que quem sabe da existência de multiversos não esteja acostumado, certo?).

Enquanto tudo isso acontece, os Clandestinos, que terminaram o episódio anterior sendo presos, conseguem se livrar do Departamento de Controle de Danos e seguem atrás do bracelete, sem Kamran (Rish Shah),  já que a mãe resolve o excluir do grupo por não confiar mais nele.

Uma boa parte do episódio a partir daí é marcado por cenas de ação e perseguição envolvendo os Clandestinos, que não demoram a aparecer no Paquistão (conveniência de roteiro tá aí pra isso), e Kamala que agora recebe ajuda dos dois Adagas Vermelhas. As cenas são interessantes e se aproveitam bem da estética e cor das ruas e veículos paquistaneses, mas Kamala fica num coloca e tira de sua nova máscara completamente desnecessário. Não dá pra entender se de fato ela se preocupa ou não em esconder sua identidade a certa altura.

A morte precoce de Waleed e de boa parte do grupo dos Clandestinos (sorte do Kamram ficar em casa, rs) dá um ar apressado à trama, mas nada que chegue a prejudicar a narrativa. O episódio se encerra com um golpe sendo aplicado diretamente no bracelete fazendo com que Kamala vá parar na estação de trem, aquele mesma que ela e Nani vislumbram e a motivou a ir para o Paquistão. Agora basta saber se ela fez uma viagem temporal ou se o bracelete permitirá apenas que ela assista melhor o início dessa história para entender melhor sobre Aisha e sua ancestralidade.

Com direito a referências ao Homem-Formiga e Thor, o quarto episódio se encerra de forma empolgante. Conta aí nos comentários o que você espera da reta final de Ms. Marvel.

Nota: 7,5


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