Aviso: A crítica a seguir contém SPOILERS do episódio 5 de The Boys


As consequências das ações tomadas no últimos episódios da série passam a afetar o grupo de forma mais drástica neste capítulo, já que alguns estão virando aquilo que juraram destruir. Uma situação de impasse onde os dois lados tem seu ponto coerente. Sendo a discordância mais proeminente entre o "Bruto" e o "Leitinho"; e entre Hughie e a Luz Estrela.

Também foi mais bem trabalhado o desenvolvimento do Soldier Boy. Retratando o traumatizante enclausuramento ao qual foi submetido pelos russos, criando-se assim uma certa empatia pelo personagem, já que vendo seu sofrimento, o espectador fica mais sujeito a acreditar na aliança que se forma entre ele e os personagens principais ao final. É uma adição importante, levando-se em conta o histórico de personalidade que os super tem e o conflito interno com o Leitinho.

Os impactos da “tomada de poder” do Capitão Pátria também vieram a tona, primeiramente se apresentando com uma renovação da diretoria da Vought, nomeando a uma vez assistente, Ashley, como CEO e a designação do profundo como “Chefe da análise de crimes”. Decisões completamente estratégicas, já que são personagens que temem e prezam pelo apreço dele. Por mais com que o Capitão Pátria possa ser considerado alguém "burro", ele sabe como influenciar e controlar pelo medo.

Devido todos estes impactos, a decisão de manter a Kimiko viva, apesar da gravidade dos seus ferimentos e da perda de seus poderes, que poderia ser considerada covarde por alguns críticos mais chatos, não chega a ser um defeito, já que contribui com um novo arco narrativo que se inicia e da sentido a tudo que já havia sido construído da personagem.

E enquanto Kimiko e o Francês estreitam suas relações, Hughie e Luz estrelas tem altos e baixos durante todo episódio, que em alguns momentos soam meio abruptos e contraditórios.


Já o Bruto passa a dar sinais de um viciado. Sente a ânsia por possuir mais Composto V, pois este satisfaz sua indignação e sede oculta por poder, em um mundo onde os super reinam e fazem o que desejam. A virada de seu personagem é a mais discrepante ao longo dessa temporada, “aliando-se” momentaneamente com o Capitão Pátria, aquele quem juro destruir; tornando-se ainda mais rude com todos, até mesmo com Ryan, ao qual tratava como filho; usando compostos para adquirir poderes e culmina com a relação sexual com uma super.

Mas apesar do desesperanço episódio anterior, a série reanima os ânimos, dando a entender de que o raio emitido pelo Soldier Boy, possívelmente, acaba com os poderes de um super. Porém isso se trata apenas de uma especulação ao qual pode haver outra explicação no futuro.

Muitos temas são abordados em mais profundidade: como as responsabilidades que vem com os poderes (porém de modo muito mais cru e visceral, do que em Homem Aranha) e as nocividades que decorrem da inconsequência; o conflito racial e a passividade diante deste; queda e ascensão, assim como a decadência.

Em geral, foi um episódio com menos violência e menos conteúdo sexual explícito do que o normal, mas o foco desse capítulo claramente foi servir como interlúdio para a reta final da série, já que resolve e transforma a maior parte dos temas apresentados nos capítulos anteriores, sem perder seu carisma e criatividade, como na cena que replica um musical. Por fim, todos os personagens são trabalhados, seja na definição da sua personalidade ou no desenvolvimento dos seus arcos narrativos, isso levando em conta a relação com o grupo e seu arco individual.

Um episódio quase perfeito, que explora temas previamente apresentados, criando novos conflitos e mais situações difíceis para se resolverem.


Nota: 9,5

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