Guardiões da Justiça é uma série que foi lançada em 2022, criada por Adi Shankar. Talvez o nome pode não sr muito familiar, mas ele foi responsáveis por curtas de tom satírico e mais sombrio que fizeram sucesso e tiveram polêmicas na época em que foram lançados, como Power/Rangers, de 2015 e The End of Pokemon, de 2019. Além disso, trabalhou na serie de Castlevania da Netflix, e também está trabalhando em outras animações sobre jogos para o streaming, como Assassin's Creed, Far Cry: Blood Dragon e Devil May Cry.

Dada essa introdução, em Guardiões da Justiça, vemos um mundo onde ocorre uma 3 Guerra Mundial em 1947, nela, um alienígena chamado Homem-Magnífico (Will Yun Lee) acaba com a guerra em um dia e continua mantendo a paz por 40 anos. Até que nesse aniversário de 40 anos da parada da guerra, ele se suicida em rede nacional, e agora o Falcão Negro (Diamond Dallas Page) investiga o motivo do suicídio do herói, enquanto ele e a equipe nomeada no título tentam impedir uma guerra nuclear.

Todo esse plot é desenvolvido durante 7 episódios, de média de 25 minutos cada, o que talvez, vendo de fora, pareça pouco, mas cada parte da série consegue dividir e explorar seus temas de forma dinâmica, como a alienação, glamourização da violência e como a imagem afeta a vida de cada herói, e dar um nó nos seus arcos de forma que seja relativamente satisfatória, porém, algumas vezes, a estruturação dos episódios pode ser meio confusa, não por ser "não-linear", mas por pular entre "segmentos" (Que em alguns episódios, realmente existem, com titlecard e tudo), de forma um pouco brusca.

Sobre a história em si, como dito, acaba por ser bem encaixotado dentro dos seus episódios, mas certas (poucas) coisas, parecem que não ficam muito exploradas do jeito que precisavam, como o Senhor Sorrisos (Edi Gathegi), versão do Coringa desse universo. Ao final, as pequenas participações até fazem sentido, mas ele só é meio que uma ferramenta para poder fazer certas coisas, então ele só fica meio de escanteio. Dentro das escolhas, poucas são realmente questionáveis, como a representação de certos personagens, ou o plot twist revelado no final.

Também sobre o final, mesmo fazendo sentido pelo que a obra vai construindo e propondo, mas ainda não deixa de passar pela cabeça que é uma versão escrachada do final de Watchmen, misturado com o que as pessoas nas redes sociais acham que o Batman é nos quadrinho, o que na verdade é bem divisivo.

Agora, a parte mais importante da série: o seu estilo. Ver Guardiões da Justiça é, facilmente, como se você visse uma fan produção feita para o Youtube, em 2015. E isso não é nada ruim. Misturando elementos mais "galhofas" dos super-heróis, como os uniformes simples, de exemplo, referências sendo jogadas de lado para o outro, não só para o universo de heróis, "experimentações" misturando tipos de animações, como 2d, 3d, pixel art, etc; e uns efeitos meio questionáveis.

Mesmo sendo meio estranha, ainda existe uma certa "naturalidade", se é que pode expressar-se assim, que a série aborda a propaganda, a síntese de seus principais temas, também deve ter seu lugar de destaque, onde tem seu humor, na maioria das vezes movido pelas "sketches" que vemos os Presidentes do EUA (Christopher Judge) e da Rússia (Eugene Alper), e a necessidade incessante do mundo em guerrear e botar a culpa em alguém, que, bem, essa ultima parte é realmente o que acontece na série.

Tudo isso contribui para o estilo único da série, mesmo que pareça estranho indo pular de live-action para cenas animadas (principalmente as de pixel art, que ficam fazendo referência à jogos), tudo acaba por funcionar extremamente bem. Um destaque especial deve ser dada para a cena de luta do personagem Aranha Sépia (Ryan Ochoa), misturando muito bem o live-action com animação 2d (como em Roger Rabbit), fazendo uma cena incrível.

As cenas de luta da série, que são bastante bem feitas. Não só essa do Aranha Sépia, como do Asa Pequena (Viggo Villalobos), Garra Rubra (John Henningan) e Falcão Noturno, só falando superficialmente.

A atuação dentro da série é aceitável, com com certeza os melhores sendo o já citado Will Yun Lee como Homem Magnífico, a Sharni Vinson como Veloz e Derek Mears como Homem Incrível, mas não tem nada demais para comentar sobre esse assunto.

Ao final, mesmo com todos os elogios, Guardiões da Justiça é uma série apenas divertida e rápida para se curtir, e não é como se fosse a maior obra prima já feita sobre super-heróis. Ela não merece, de nota, mais do que precisa

NOTA: 7,5

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