Mesmo com vários clichês, "Cidade Perdida" conquista com o carisma de seus personagens.
A ganhadora do Oscar e rainha das comédias românticas Sandra Bullock, antes de fazer uma pausa sabática em sua carreira, não podia deixar de entregar um longametragem com sua principal marca registrada.
Cidade Perdida é um filme estadunidense que mistura comédia e aventura dirigido pelos irmãos Nee. Os dois também participam do roteiro ao lado de Oren Uziel e Dana Fox, a partir de uma história de Seth Gordon. Sandra Bullock além de estrelar o longa distribuído pela Paramount, assina sua produção.
Na trama conhecemos a escritora reclusa Loretta Sage (Sandra Bullock). Famosa por seus romances repletos de aventura, Loretta é sequestrada por um excêntrico bilionário, interpretado por Daniel Radcliffe, que precisa de suas habilidades para encontrar um tesouro escondido. O resgaste da autora ficará por conta de Allan (Channing Tatum), um belo modelo que posa para as capas dos livros de Loretta e terá a oportunidade de provar que é muito mais do que somente aparência.
Se você for assistir ao filme à procura de novidades, já alerto que provavelmente se frustrará. Aqui a fórmula é a mesma concebida em outras inúmeras aventuras da década de 1990, o segredo, no entanto, se encontra no carisma de seus personagens, que nos permitem engajar com facilidade à história, por mais simples que ela seja.
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A direção entrega cenas de ação interessantes, mas não pesa a mão, de modo que a comédia e romance se sobressaem. É legal salientar que a dupla de diretores está por trás de Masters of The Universe cuja previsão de lançamento para a Netflix é em 2024.
Mesmo repleto de clichês, a dinâmica entre Loretta e Alan funciona e você consegue se divertir com as peripécias dos dois. Tanto Sandra quanto Channing tem um timing de humor apurado e conseguem tornar cenas simples, bastante divertidas. E vale pontuar que é um humor leve, sem piadas pesadas, por vezes caricato, mas de um jeito fluido e positivo.
Daniel Radcliffe encarna muito bem aquele que é o vilão mimado de sempre e que fará de tudo pra atingir seus objetivos, mesmo que para isso ele tenha que tomar atitudes pra lá de questionáveis.
Apesar da breve participação especial, Brad Pitt aparece justamente nas cenas mais hilárias do longa e de um modo que raramente o vemos no cinema. Isso prova que astro que é astro consegue brilhar independente de seu tempo de tela.
O longa, que foi gravado na República Dominicana, se aproveita dos belos cenários do país para desenvolver boa parte de sua narrativa. Entre suas mensagens, o clássico ensinamento sobre não julgar um livro pela capa é um dos mais enfáticos, e assim como Loretta, ao longo do filme, vamos vendo que Allan é muito mais que apenas um rostinho bonito.
Outros coadjuvantes também se mostram interessantes, mas acabam não sendo inseridos da melhor forma no arco principal, ficando um pouco deslocados e quase desperdiçados. Entre eles Beth (Da'Vine Joy Randolph), a agente de Loretta, e o piloto Oscar, interpretado pelo sempre cômico Oscar Nunez.
Mesmo com um roteiro nada desafiador e os clichês de sempre, Sandra Bullock prova que é atemporal, e que não precisamos de casais jovens para nos envolvermos com uma história e que etarismo é algo ultrapassado. Assista de mente aberta e divirta-se.
Nota: 7,0
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