Recém chegada ao catálogo da Netflix, A Princesa da Yakuza é um filme brasileiro baseado em uma HQ nacional intitulada Shiro, de Danilo Beyruth. É importante ressaltar o quanto o cinema brasileiro tem cada vez mais expandido o leque de estilos diferentes nos longas nesses últimos anos.

Após descobrir que é herdeira da Yakuza, Akemi (Masumi) encontra Shiro (Jonathan Rhys Meyers), um misterioso estrangeiro e parte em uma jornada que acaba conhecendo o passado de sua família. 

No início da trama, parte é ambientada no Japão, e outra parte em São Paulo, no bairro da Liberdade, a maior comunidade japonesa no mundo fora do Japão, somos apresentados a três núcleos diferentes, que minutos depois vão se encontrar: Takeshi (Tsuyoshi Ihara) descobre um segredo ainda no Japão. Akemi tem uma vida normal em São Paulo, onde tem seu emprego na Liberdade e acaba conhecendo o desmemoriado Shiro, que acorda em um hospital sem saber como foi parar lá. 

O início é interessante, o roteiro consegue amarrar bem esses três pequenos núcleos, deixando algumas pequenas pontas soltas para o espectador tentar especular o que pode acontecer mais para a frente. Infelizmente, quando chegamos aproximadamente no meio do filme, o roteiro fica bem confuso. Com algumas tentativas de surpreender o público, trazendo algumas revelações, a trama se perde significativamente, deixando toda a expectativa gerada nos primeiros minutos para as cenas de ação, que tem momentos bem interessantes, com violência e estilização. 


A direção de Vicente Amorim tem seu maior destaque nos momentos de ação, onde traz batalhas bem interessantes e violentas com espadas, armas, e combate físico, com uma boa dose de violência, além da estilização, com cores fortes e vibrantes. Porém, na condução da história, o diretor se perde um pouco deixando cair o ritmo ágil de seu início e se perdendo em confusões narrativas em prol de tentativas de causar surpresas no público, que pode acontecer, dependendo do envolvimento do espectador nesse tipo de produção.

O elenco funciona bem dentro da proposta do projeto, onde o grande destaque acaba ficando por conta das cenas de ação, com pouco espaço para o drama ou comédia. Com participações de atores brasileiros como Lucas Oranmian e André Ramiro (que já foi entrevistado pela nossa equipe), o longa tem o inglês, português e inglês como idioma, variando de acordo com personagens ou locações.

No final das contas, o longa consegue sair com um saldo positivo, ainda mais se levarmos em conta que não é uma produção de Hollywood, onde o investimento é muito mais alto. Disponível na Netflix, o filme deve fazer sucesso, além de levar nomes importantes do cinema brasileiro para muito mais gente, principalmente o público mais jovem. 

A Princesa da Yakuza é um bom exemplar para mostrar que cada vez mais as produções brasileiras têm evoluído e avançado em gêneros diferentes, mas ainda não é o filme que coloca nosso país como um dos maiores produtores desse estilo. 

Nota: 6


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