Enfim chega aos consoles e PC um dos lançamentos mais aguardados dos últimos anos: Elden Ring. O mais novo jogo da FromSoftware é escrito pelo gênio por trás de toda franquia Souls: Hidetaka Miyazaki; em coautoria com o celebre George R. R. Martin, criador da icônica Crônicas de Gelo e Fogo, mas popularmente conhecida como Game of Thrones.

Deve-se pontuar que toda a review é baseada na versão de PS4. Já vale pontuar que ela esta rodando perfeitamente, com raras quedas de frame ou lentidão para a renderização. A otimização para a geração antiga de consoles foi feita com muito carinho, percebe-se isso, quando mesmo após 60 horas de gameplay, não foi possível notar nem mesmo 1 bug.

Ressalto de início, que irei tratar os jogos feitos pela FromSoftware como sendo da mesma série(Soulsborne), mas de modo algum, eles se passam no mesmo universo. São histórias e mundos completamente diferentes.

Logo no menu do jogo, já se dita o tom da aventura, com uma música épica e marcante abrindo as portas da jornada que está por vir. Assim que iniciado, temos uma apresentação, que introduz o jogador a toda mitologia de Elden Ring, que a princípio é confusa, mas vai se tornando mais clara no decorrer do gameplay. 

Claro, como em todos os jogos da empresa, a história nunca é contada de modo explícito, sempre sendo transmitida através de diálogos com NPCs, documentos ou pelos itens encontrados pelo mapa. Elemento esse, que gerou uma comunidade aficionada pela série de jogos Soulsborne, onde todos trabalham em conjunto para desvendar a história do jogo.

Apesar de serem bem-sucedidos em criar um novo um universo, rico e interessante, a história segue rumos semelhantes aos da série Souls: o “Hollow” agora chama-se “Maculado”; já o “Fogo” agora é o “Anel prístino”; além disso, diversos elementos, como a figura feminina que ajuda o jogador a subir de nível e as fogueiras, entre outros, estão de volta.

Após a introdução magnificente, devemos criar nosso herói ou heroína. Os modelos de personagem tiveram uma grande evolução em comparação com os jogos anteriores. Neles, não importasse quão habilidoso você fosse na ferramenta de criação, seu personagem sempre ficaria feio, já em Elden Ring, a personalização ficou muito mais realista, sendo possível recriar até mesmo pessoas ou personagens famosos, de tão detalhado.



Após estar livre no mundo aberto colossal, o jogo da uma liberdade semelhante a Sekiro, porém muito aprimorada. Há a possibilidade de pular e se agachar conforme no último jogo da série, mas agora você possui um cavalo, que permite com que você explore o mundo mais rapidamente e com uma agilidade nunca vista nos jogos da FromSoftware.


Falando no cavalo, ele merece um parágrafo dedicado, já que possivelmente é a melhor jogabilidade montada já vista no mundo dos games, superando até mesmo Red Dead Redemption. O combate nele é extremamente fácil e a movimentação é muito fluída. Os comandos respondem perfeitamente, diferente da maioria dos jogos, onde a o cavalo sempre é travado e estressante.

O multiplayer é bem fácil de se conectar, assim que você o descobre, logo no início do jogo. Diferente dos outros games da FromSoftware, que no lançamento o multiplayer costumava ser bem bugado. Já aqui, está funcionando perfeitamente.

O jogo tem diversas dungeons(masmorras) completamente opcionais.  Um mundo cheio de lugares para explorar, que lhe instigam a isso, simplesmente por recompensar o jogador pela curiosidade. Boa parte do gameplay é gasta justamente nelas, já que elas aprimoram seu personagem para os desafios da história principal. 

No geral, o level desing é genial, pois cria referências visuais, que logo que o jogador entende o padrão, deixa toda exploração mais intuitiva e satisfatória, pois você passa a procurar melhor o que deseja e já espera o que irá encontrar, ao invés de vaguear aleatoriamente. Um exemplo dessa mecânica são os brotos de árvores douradas, onde você sempre encontrara um item muito útil.

A dificuldade de Elden Ring segue o padrão Soulsborne. Não é um jogo fácil e sem explorar o mapa, para evoluir seu personagem, as lutas contra os chefões se tornarão infinitamente mais difíceis. Mas pela exploração ser tão fluida e instigante, esse não é um elemento que torna o jogo chato, mas passa uma sensação de que o jogador está construindo sua própria jornada. Acentuado pelo fato de, ao conversar com outras pessoas que jogaram, você nota como cada um tomou uma rota e encontrou coisas completamente diferentes.

Uma mecânica que facilitou bastante foi a possibilidade de invocar espíritos, estes chamados de "Lágrimas". Eles são encontrados durante a exploração e são, em sua maioria, de inimigos que você enfrentou. Sua grande utilidade está em desviar a atenção dos inimigos, o que cria mais aberturas de ataque para o jogador.

A semelhança com Zelda é apenas por conta do mundo aberto, sem um pontinho te dizendo para onde ir. Mas passa longe de ser uma cópia, já que é exatamente o que se esperaria de um jogo mundo aberto da FromSoftware, pois todos os games da companhia tem essa mesma característica, onde o jogador trilha seu próprio caminho e vive sua própria história.

Grande parte dos subchefes são todos interessantes, porém alguns se repetem diversas vezes. Já os chefes principais são memoráveis e tem uma inteligência artificial muito acima dos inimigos padrão. Demora-se consideravelmente para identificar os padrões de ataque; eles parecem notar as táticas do jogador, avançando quando este se cura ou afastando quando o jogador engaja uma sequência de golpes; e por fim os combos variam, trazendo uma imprevisibilidade à batalha!

Toda obra não é fantástica apenas qualitativamente, como quantitativamente. Tudo é abundante, seja o número de inimigos diferentes; armas; magias; roupas; ataques especiais. Para jogadores que gostam de pegar todos os itens, será necessário bem mais de 100 horas de gameplay para atingir o feito.

Os cenários são belíssimos e memoráveis, sendo bem distinguível as áreas que você está do mapa. É possível ver tudo ao longe, de modo que você consegue se guiar até mesmo sem o mapa. E um requinte do jogo, presente até mesmo nas versões de PS4 e XBOX One é a destruição de cenário, que aumenta ainda mais a imersão.


Por fim, o jogo tem um dos sistemas de craftings(criação de itens) mais úteis, já que ao invés de você encontrar pelo mapa diversos itens que você provavelmente nunca irá usar, como nos outros jogos da FromSoftware, você achará a matéria prima e apenas irá construir o que for útil para a sua jornada.

Elden Ring, com certeza entra para o hall dos melhores jogos da história dos videogames. A perfeição e o carinho que se observa ao jogar remontam épocas mais antigas, onde os jogos eram feitos com amor e os desenvolvedores recheavam o jogo de conteúdo e segredos, ao contrário do que é hoje, onde optam por deixar todo o extra em pacotes de DLC, que devem sem comprados separadamente. Mas a FromSoftware pegou a todos desprevenidos e surpreendeu-nos com uma obra prima. Elden Ring aumenta o parâmetro na indústria dos games, mostrando que ainda é possível criar jogos incríveis com mecânicas já estabelecidas.

Nota: 10

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