Novo derivado de "O Esquadrão Suicida" começa com três ótimos episódios cheios de ação e humor ácido que transmitem muito bem o estilo de James Gunn no formato de uma série de TV

  Durante os primeiros meses da pandemia, quando todos estavam sendo forçados a ficaram em suas casas para não transmitirem o vírus COVID-19, o diretor James Gunn (Guardiões da Galáxia) que na época estava trabalhando na pós produção de seu último filme, "O Esquadrão Suicida", decidiu passar seu tempo livre escrevendo uma série de oito episódios focado no personagem Pacificador como uma espécie de piada que nunca veria a luz do dia. Isso até Gunn receber uma ligação dos executivos da Warner Bros perguntando se ele tinha algum outro projeto da DC em mente.

    Pacificador estreou disponibilizando os seus três primeiros episódios completos, que foram todos dirigidos por James Gunn, exclusivamente no serviço de streaming HBO Max. Se passando cinco meses após sua última missão em Corto Maltesse com a Força-Tarefa X, Christopher Smith (John Cena) é designado por uma nova equipe formada por Clemson Murn (Chukwudi Iwuji), Emilia Harcourt (Jennifer Holland), John Economos (Steve Agee) e a novata Leota Adebayo (Danielle Brooks) para eliminar uma serie de alvos conhecidos como "Projeto Borboleta".

     O primeiro capítulo, intitulado "Um Novo Turbilhão", não perde tempo para fazer uso do típico humor imaturo, porém divertido, que Gunn costuma usar em suas obras, desta vez com direito a algumas piadas que contam histórias (obviamente falsas) a respeito de heróis como o Batman e o Aquaman. Como um episódio piloto, ele faz um bom trabalho em explorar alguns detalhes sobre a vida pessoal do personagem principal e apresentar sua novo objetivo, por mais que os diálogos do mesmo, embora engraçados, envolvam várias referências sexuais. Apesar de não ter tanta violência gráfica quanto em "O Esquadrão Suicida", a uma cena de ação inesperada que ocorre em seus momentos finais. 

     O segundo episódio "Piores Amigos Para Sempre" embora tenha 40 minutos de duração, passa com um piscar de olhos, porém ele entrega uma ideia melhor sobre o tipo de pessoa detestável que é o personagem Auggie Smith (Robert Patrick), o pai do protagonista, e mostra uma dinâmica divertida entre o Pacificador e o Vigilante (Freedie Stroma), que aparentam ter trabalhado juntos antes de Christopher ser mandado para cadeia. Embora tenha a personalidade de Adrien Chase seja bastante diferente que a de sua contraparte dos quadrinhos, ele ainda se mostrou ser bastante prestativo no capítulo seguinte. A série também mostra ser bastante competente em fazer referências e conexões ao Universo DC, tendo feito citações a "Arlequina", ao "Asilo Arkham" e até mesmo ao Bat-Mirim que aparentemente existe no DCEU. 

   O terceiro episódio "Melhor Morto" é onde a missão realmente começa, além de sermos apresentados ao Mestre Judoca (Nhut Lee) que propôs ótimas cenas de ação bem coreografadas, recebemos um esclarecimento melhor sobre o que é o Projeto Borboleta e a ameaça que representa. A série também aparenta apresentar indícios de um possível romance entre o Pacificador e a agente Harcourt, mas apesar dos momento onde Smith mostra remorso por algumas de suas ações, não é feito de uma maneira onde o intuito é fazer com que a audiência simpatize com o protagonista, até porque sua personalidade ainda é a mesma que em "O Esquadrão Suicida", porém mais desenvolvida. Cada capítulo possui uma cenas pós créditos, mas até o momento nenhuma delas se mostraram importantes para a história.

       A respeito da nova equipe, Adebayo se mostra ser bastante inexperiente e até mesmo inocente em alguns momentos, mas a  uma pequena surpresa sobre ela que é revelado no primeiro episódio. Murn é um mercenário que mostra ter orgulho das coisas que fez no passado e não pretende seguir os passos de Amanda Waller, também é interessante apontar que Gunn afirmou que Chukwudi Iwuji é um dos melhores atores com quem ele já trabalhou e sua performance deixa isso bastante evidente. Steve Agee consegue ser bastante engraçado como Economos por conta própria e quando é ridicularizado pelos outros ao ser chamado de "Barba Pintada". Harcourt é retratada como uma personagem forte que se encaixa bem na narrativa.

       James Gunn tem um bom gosto para músicas que sempre foi bastante aproveitado em seus filmes, e em Pacificador, isso não é diferente. A série possui uma abertura hilária onde os todos os personagens dançam ao som de "Do Ya Wanna Taste It" da banda Wig Wam que provavelmente é uma das coisas mais criativas já feitas em um seriado do gênero de super-heróis. A trilha sonora composta por Clint Mansell e Kevin Kiner também merecem destaque por suas composições com elementos de Rock music que rementem bastante ao trabalho de John Murphy em "O Esquadrão Suicida".


    Apesar de algumas piadas obscenas e cenas de nudez que podem incomodar alguns expectadores mais sensíveis, os três primeiros episódios de Pacificador são bastante inspirados, repletos de ação, possuem uma trilha sonora sensacional e introduzem ótimos personagens, fazendo com que a série já comece no caminho certo para se tornar uma das melhores séries baseadas em quadrinhos exclusivas à um serviço de streaming e possivelmente uma das melhores obras que o diretor James Gunn já entregou ao gênero de super-heróis.



Nota: 9,5


Estrelado por John Cena e escrito por James Gunn, novos episódios de Pacificador são disponibilizados no HBO Max durante todas as quintas-feiras.

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