O início de uma nova mitologia criada na Marvel que abrange todas as dimensões cósmicas e nos dá uma nova perspectiva da origem e evolução dos seres vivos.

           🚨 POSSÍVEIS SPOILERS! 🚨        

Eram os Deuses Astronautas? Começando com essa questão, que tem todo um molde na série de quadrinhos escrita e desenhada pelo criativo Jack Kirby, que após ter ido para a editora DC, onde estava trabalhando na sua obra "Novos Deuses", as desavenças começaram, e com isso adiantou sua saída de lá. Onde voltou para a Marvel e tendo carta branca para começar uma nova série de quadrinhos, eis que surge vindo de ideias já antigas, Os Eternos.

No quadrinho já nos são apresentados três personagens de importância ao longo das 19 edições, o arqueólogo Dr.Daniel Damian e sua filha Margo, ao lado do misterioso cinegrafista Ike Harris (Ikaris) que se ofereceu a ajudar na expedição. Logo, somos apresentados a imagens esculpidas pela antiga civilização Inca, que relatam a estadia de seres vindos do céu, e também nesse local encontram vários equipamentos tecnológicos dos ditos deuses e nisso Ike que os acompanhou até a essa expedição se revela sendo um Eterno e estaria atrás de uma espécie de farol que iria dar sinal aos deuses conhecidos como os Celestiais, para sua Quarta Expedição ao planeta Terra e assim julgar se ela é digna de viver ou a ser destruída.

A base de todo esse arco é basicamente na tentativa dos Eternos de tentar impedir que a Terra seja destruída, a partir de uma solução que não os leve a uma guerra contra esses gigantescos alienígenas, pois no meio existem os horrorosos Deviantes, que querem a todo custo acabar com os visitantes por vingança pela última vez que se enfrentaram.

Mas afinal, o que são Eternos? Deviantes? Resumão, a milhões de anos os Celestiais, seres gigantescos e de dimensões absurdas de poder e sabedoria, no qual prezam pela formação de vidas, nisso alguns deles vieram ao nosso planeta, habitado apenas por macacos, a chamada Primeira Expedição, teve como base o experimento genético nesses proto-homens, onde assim foi criado três raças a partir disto. Os Humanos, que são os Homo-Sapiens e os seres dominantes da Terra, Os Eternos que são praticamente deuses, uma forma evolutiva da humanidade, belos e poderosos e que prezam a paz acima de tudo, e os Deviantes, seres monstruosos que tem como objetivo o caos e a discórdia, esses seres em questão são praticamente falhas dos Celestiais, aliás tanto os Eternos quanto os Deviantes por serem antigos na humanidade embora alguns vivem escondidos, muitos deles influenciaram religiões e mitos criados ao longo de séculos, inclusive inspirando figuras lendárias, como o Eterno Makkari que já teve o nome de Mercúrio o mensageiro grego dos deuses, Ícaro sendo a figura representando Ikaris e os Deviantes sendo a representação de Demônios, com uma analogia intrigante criada aqui, pois residem em baixo da água e os Eternos anjos criados pelos divinos vivendo em Olympia, no alto da montanha mais alta do planeta.

Isso é só para você ter uma ideia, meu caro leitor, sobre o que te espera já na primeira edição dessa história. A história segue sendo prazerosa, sendo objetiva e indo a fundo no que cerca todos os envolvidos nessas edições, é mostrado o desespero dos Eternos perante a um novo cataclisma que pode ser causado caso os Deviantes façam os possíveis ataques aos Celestiais, dá para ter uma noção da urgência que Kirby cria a cada edição que lêmos e cada vez mais surgem mais e mais Eternos no decorrer com personalidades distintas e algumas habilidades únicas que os detém, a narrativa é muito boa, as vezes pode soar datado graças a alguns diálogos da época que vendo hoje pode ser um pouco difícil de interpretação de alguns mas deixo claro ler esses quadrinhos é preciso saber da época que ele foi lançado para não se ter alguma frustração.

Os personagens são carismáticos, até mesmo os ditos Deviantes trazem figuras boas como o Irmão Todd, o líder Supremo dos Deviantes, o grande Kro, o líder do exército Deviante que exerce uma trama em busca de poder e ascensão na família monarquia de seu povo. No lado dos Eternos temos muitos personagens, em questão Thena, filha do Eterno mais velho de Olympia Zuras, que exerce uma subtrama com Kro, onde se é relevado ter tido algum tipo de caso com o horrendo ser e por serem diferentes estão predestinados a ficarem separados para todo sempre, Makkari, que é o Eterno mais rápido de todos e tem uma personalidade sagaz, Sersi (aqui sendo chamada de Sersy ainda) carismática e pode transmutar matéria a seu bel-prazer, Sprite, ou o Duende aqui nas terras tropicais, é um jovem não tão jovem assim capaz de criar ilusões para principalmente pregar peças e se divertir às custas de seus semelhantes, e fadado a ficar a ficar num corpo jovem para sempre e Ajak, este capaz de se comunicar com um Celestial e venerado como o deus do voo.

Sobre a arte nem preciso expor muito sobre o quanto é magnífica as cores e as criações feitas por Kirby, a cor viva e as geometrias de cada estrutura apresentada é de encher os olhos, talvez uma das melhores da carreira de Jack Kirby, cada página é uma arte que precisa ser emoldurada, os Celestiais em suas mãos é algo surreal, como ele conseguia criar visuais tão marcantes como esses? É mesmo atemporal.

Infelizmente o andamento da história teve seus problemas, onde com a ordem da editora muita coisa foi se inserindo aos poucos na história para adentrar mais e mais no universo da Marvel (já que a história estava destinada a ser algo a parte) e acabou tendo problemas como a inclusão de um Hulk robótico no meio da história que acaba perdendo o ritmo que estava tendo, resultando até em um final melancólico pois nem finalizado direito foi, tanto aqui no Brasil que teve poucas edições quanto a americana. Mas é inegável que Os Eternos é um trunfo que precisa ser visto por todos que querem pelo menos adentrar nesse mundo novo criado de uma mente genial, não percam por nada dessa incrível história.

Nota: 10 🤩

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