"Falcão e o Soldado Invernal" entrega um primeiro episódio incrível no bom e velho estilo Marvel.

Nesta sexta-feira (19), tivemos a estreia pelo Disney+ de mais uma série do universo expandido da Marvel, Falcão e o Soldado Invernal. Antes da estreia, o material promocional já elevou o hype dos fãs e os produtores da série alertaram que deveríamos esperar algo bem diferente de WandaVision, ou seja, deveríamos aguardar um formato de série que evocava a Marvel “raiz”. E essa fala não poderia estar mais correta! O primeiro episódio que conta com cerca de 40 minutos, desconsiderando os créditos, não podia ser mais emocionante. É a Marvel sendo Marvel mais do que nunca!

A partir daqui te advirto que essa crítica é também um review, portanto, os spoilers são inevitáveis. Se ainda não assistiu ao episódio, volte em breve.

SPOILER ALERT

A série que se passa meses após o estalo, que trouxe de volta bilhares de pessoas desaparecidas em razão das ações de Thanos, tem seu início com o vislumbre do tão icônico escudo de um dos maiores vingadores que já existiu, o Capitão América (Chris Evans). Pra quem não se lembra, no final do filme Vindadores: Ultimato, Steve Rogers deixou seu principal acessório para Sam Wilson (Anthony Mackie), o Falcão. Após ter aproveitado uma outra linha temporal para viver com o amor de sua vida, Steve retorna idoso e literalmente passa o bastão. Mas Sam ainda não se sente bem como detentor daquele símbolo, para ele é como se pertencesse à outra pessoa.

Após esse início nostálgico, o show já engata cerca de 10 minutos de cenas de ação incríveis no bom e velho estilo Marvel. Elas envolvem o Falcão, que se alistou na força aérea a fim de fugir dos problemas pessoais e agora está em uma missão contra uma organização denominada LAF. Se você ainda tinha dúvidas sobre as habilidades do Falcão, elas caem por terra rápido, mostrando que ele tem muito mais do que simplesmente asas feitas sob medida pela tecnologia Stark. Ele além de lutar muito bem, tem uma capacidade estratégica brilhante. A cena de perseguição aérea entre o Falcão e os vilões com wingsuits foi um deleite e, sem dúvida, um dos pontos altos do episódio. Os efeitos são impecáveis e fiéis ao empregado no cinema, sem exageros. A Marvel não pesa a mão e sabe dosar muito bem o CGI, com sequências de lutas fluidas e sem aqueles balés de câmeras lentas que deixam tudo muito teatral.  

Após a missão ser finalizada, temos um diálogo em um café na Tunísia entre Sam e Joaquin (Danny Ramirez), colega de missão, que rende bons desdobramentos. Um momento divertido é quando Joaquin discute teorias sobre o que teria acontecido com Steve Rogers e ouvimos até mesmo que o vingador deveria estar numa base lunar. A conexão com o MCU é bem direta e assertiva e a marca da Marvel, que é o toque sutil de humor, funciona muito bem. Joaquin menciona ainda a existência de uma organização mais preocupante que a LAF, cujos membros se nomeiam APÁTRIDAS. Eles basicamente acreditam que as coisas eram melhores durante o blip e pregam a não existência de fronteiras, ou seja, uma espécie de unificação. Ele promete a Sam investigar mais a fundo e informá-lo caso algo mais sério aconteça e isso se concretiza mais a frente no episódio, quando Joaquin se vê no meio de uma das ações da organização e é agredido por aquele que parece ser um dos vilões, já que exibe uma força aparentemente acima do comum. 

Em Washington, Falcão participa da cerimônia de doação do escudo do Capitão América para um museu e discursa sobre a morte do vingador enfatizando em sua fala a necessidade de se criarem novos heróis. James Rhodes (Don Cheadle), o Máquina de Combate, também está no evento e, pouco depois, os dois conversam enquanto caminham pelo museu dedicado a memória do Capitão. Ele questiona Sam sobre o porquê dele não ter ficado com o escudo e não parece muito convencido com a resposta do herói, que é: “sinto que ele tem outro dono”. Só eu já estou ansiosa para o momento em que ele vai tomar pra si esse legado? Porque essa cena tem tudo pra fazer memória a grandeza de Avengers, Assemble!” (Vingadores, Avante!)!

No take seguinte é hora de acompanharmos o outro herói que dá nome à série.  Assistimos um dos pesadelos de James “Bucky” Barners (Sebastian Stan) ainda como o Soldado Invernal a trabalho para a HYDRA e o vemos matar friamente um homem. Bucky precisa realmente mostrar ao governo americano que não oferece mais riscos à sociedade e está empenhado em mudar, por isso frequenta sessões de terapia. Um dos momentos interessantes do diálogo com sua terapeuta é quanto ele relembra o período em que esteve em Wakanda. Ele explica que lá ele teve a época de maior calma em seus mais de 100 anos de vida. Lembrando que foi justamente em Wakanda que ele obteve seu braço biônico graças a Shury que manipula vibranium muito bem.

Bucky é visivelmente atormentado pelo seu passado e seus traumas são muito bem externalizados pelos olhares e gestual. Ele tem uma espécie de lista de reparação que contém o nome de pessoas que tiveram alguma ligação com ele e ainda são um perigo à sociedade, assim como tem nomes de pessoas que precisam de compensação pelos prejuízos que ele causou e aí que entra um dos momentos mais tocantes do episódio, quando descobrimos que o simpático senhor Yori (Ken Takemoto) é pai de um dos homens mortos no ataque executado pelo soldado invernal mostrado no episódio.

A vida pessoal dos personagens é abordada ao longo dos 40 minutos, dando o devido equilíbrio à trama, trazendo não somente momentos de humor, mas também de drama. É perceptível os dilemas encarados pelos protagonistas, bem como é tangível as sequelas psicológicas deixadas pelo blip. De um lado temos Sam, que reencontra a irmã que está com dificuldade financeira e pretende vender o barco e a casa da família, algo que Sam não concorda e pretende mudar a todo custo, em respeito a herança de seus pais. Como é bom conhecer um pouco mais das origens desse personagem até então destinado a pouquíssimo tempo de tela no universo cinematográfico. Nesse arco nos deparamos com o fato de que nem todos os Vingadores têm o merecido destaque e respeito, passando inclusive por dificuldades financeiras.

Do outro lado, temos Bucky que não tem praticamente amigos, a exceção de Yori, um senhor de mais ou menos 90 anos de idade. No episódio ele tem um encontro com uma garçonete, Leah (Miki Ishikawa), e é bem interessante acompanhar as atitudes à moda antiga, tímidas e desconsertadas de Bucky, que está na geração errada e não vive como uma pessoa comum há muitos anos.

A série termina apresentando um novo capitão América, que usa o escudo doado por Sam e o olhar do vingador não podia ser de maior arrependimento e choque. Quem será aquele homem? Um mero ator, marionete ou algo mais?

De modo geral, o episódio mostrou que a Marvel começou a série com o pé direito, com uma trama equilibrada, de entretenimento fácil e extremamente conectada ao MCU, algo bem difícil de se fazer em um primeiro episódio. Mesmo usando a fórmula de sempre e apostando no convencional, ela entrega uma trama interessante e envolvente. Para os próximos episódio claro que aguardamos a interação tão esperada entre os dois protagonistas embora eu entenda que isso não acontecer logo de cara deixou um gostinho de quero mais essencial. Falcão e o Soldado Invernal não podia começar melhor, certo? Agora me conta o que você achou do episódio nos comentários!

 

Nota: 10,0

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