"How to Get Away With Murder" dá o seus adeus sem deixar saudades.
Finalmente chegou ao catálogo da Netflix o final de uma das séries de repercussão da ABC, produzida pela companhia ShondaLand: How to Get Away With Murder (Como Defender um Assassino).
Ao longo de seis temporadas acompanhamos a jornada de Annalise Keating (Viola Davis), uma advogada e professora de direito penal, que auxilia seus estudantes Michaela (Aja Naomi King), Connor (Jack Fakahee), Asher (Matt McGorry), Laurel (Karla Souza) e Wess (Alfie Enoch) a acobertarem um crime. Detalhe que o crime é o assassinato do marido dela! Mas isso é fichinha para o que estaria por vir. A partir daí uma bola de neve de eventos se forma e todos os envolvidos têm sua vida completamente afetada por isso.
Com um auge efêmero, digo com tranquilidade que Viola Davis foi o pilar que sustentou a série por tanto tempo e a livrou do cancelamento, já que assim como em outros suspenses, How to Get Away With Murder foi engolida por sua própria ambição.
A necessidade de se fazer mistério e prender o público com grandes plot twists o tempo todo funciona muito bem em suas duas primeiras temporadas, mas a partir da terceira, vemos uma queda gradativa da qualidade, destacada pelo mau uso dos flashbacks e flashforwards, cujo único propósito é confundir os telespectadores, além de diálogos e situações extremamente repetitivas, um roteiro que vai aos poucos se esvaziando e perdendo o fio e que só não morre por conta desse grande nome que é Viola Davis.
Nessa sexta e última temporada finalmente Analise Keating passará pelo julgamento final. Que ela cometeu crimes, todos sabemos que sim. Afinal ela está longe de ser uma heroína. Mas ela deve mesmo puxar pra si toda culpa e proteger pela “milésima” vez seus estudantes rebeldes, mimados e por vezes dissimulados?
Com ajuda de Bonnie (Liza Weil), Frank (Charlie Weber) e Tegan (Amirah Vann), Annalise fará de tudo para reverter sua situação, mesmo que seus pupilos não estejam dispostos a ajudá-la, em troca de salvarem a própria pele. Algumas tramas paralelas se desenvolvem no pano de fundo, como a busca por Laurel e o filho dela, desaparecidos no último episódio da quinta temporada, e a elucidação da morte de Emmet (Timothy Hutton). Outro arco que se desenvolve está relacionado a morte de Miller (John Carter Hensley) e o impacto disso na vida de Bonnie.
Viola Davis traz Annalise Keating diante do júri nua e crua. Sem peruca e adornos, com toda a sua originalidade, ela nos entrega cenas emocionantes, ao debater assuntos poderosos, entre eles o racismo e a injustiça do sistema penal que privilegia os ricos. Mas devo dizer que essa é basicamente a única satisfação da temporada, uma vez que os finais dos personagens nem parecem ter sido escritos pela mesma pessoa que escreveu a primeira temporada. A passagem de tempo final dá até uma nostalgia que faz remeter as boas lembranças da série, mas daí você chora novamente por todos aqueles personagens que se foram sem necessidade alguma.
Pra você que chegou a essa altura da série, eu sugiro que assista para fechar sim esse ciclo. Se ainda não começou a série, ainda está em tempo de desistir. Uma certeza eu tenho, Shonda Rhymes certamente pensará duas vezes antes de associar novamente seu nome ao de Peter Nowalk, o criador.
Nota: 4,5
Postar um comentário