Grey’s Anatomy (A Anatomia de Grey), Scandal (Escândalos - Os Bastidores do Poder), How to Get Away with Murder (Como Defender um Assassino), Station 19 (Estação 19) e Bridgerton. O que essas séries de sucesso têm em comum? Eu te respondo. Shonda Rhimes. Se você é uma pessoa que acompanha séries com regularidade, possivelmente já deve ter esbarrado com esse nome recorrente nos créditos dessas e de outras várias obras.
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Shonda Rhimes |
Shonda Rhimes é fundadora de uma produtora chamada Shondaland. Além de produtora, ela é criadora e roteirista, e também assina trabalhos no cinema, como em Dorothy Dandridge - O Brilho de uma Estrela (1999), filme que rendeu a Halle Berry os prêmios Emmy e Globo de Ouro de melhor atriz em minissérie, e O Diário da Princesa 2: Noiva Real (2004). Dessa forma, ela coleciona acertos e se firma como um dos principais nomes na indústria do entretenimento. Seu nome tem sido sinônimo de inovação, empoderamento e representatividade.
Filha de uma professora universitária
e de um administrador, nascida em Chicago, Shonda Lynn Rhimes é mãe de três
filhas e é considerada uma das criadoras mais bem pagas do mundo. Após encerrar, em 2017, um contrato de anos com a emissora ABC, em meio a um clima de
desavenças, ela fechou um contrato de longo prazo com a Netflix, um dos maiores streamings da
atualidade, e pode chegar a receber mais de 300 milhões de dólares por seus trabalhos.
A primeira mulher negra a criar uma
série bem sucedida nos Estados Unidos se tornou um fenômeno mundial e já abre portas para inúmeras outras se destacarem. Sua marca registrada é, sem dúvida, o fato dela dar protagonismo a personagens fora da caixa, independentemente de raça, gênero,
sexualidade e crença.
A seguir falarei dos principais trabalhos e dos conceitos inventivos por trás do nome Shonda.
BRIDGERTON
A primeira série produzida por Shonda
para a Netflix não poderia estrear tão com o pé direito. Apesar de ser a
primeira vez que a produtora se aventure em um contexto de época, a série já
embala números expressivos e ótimas notas da crítica especializada.
Com um cenário caprichado, figurinos pomposos e uma trilha sonora ousada, que embala sucessos contemporâneos de uma forma inusitada,
acompanhamos a história de Daphne, mais velha das filhas da família Bridgerton, que é apresentada formalmente à sociedade e atravessa a temporada como debutante em busca de um casamento nos anos 1800. O
irmão da moça começa a descartar um pretendente atrás do outro e, por isso, ela acaba
fazendo um trato com o charmoso duque de Hastings. Ele fingirá que está a
cortejando, de modo a ficar livre das inúmeras mães que ficam no seu pé, enquanto
Daphne por consequência atrairá a atenção de novos pretendentes ao posar ao lado de um dos homens mais poderosos da Inglaterra. É claro que em meio
a isso tudo tem muita fofoca, drama e cenas beeeem quentes (certamente um dos principais atrativos da série).
Eis aqui um toque ousado de Shondaland nesse produto. Apesar da série ser ambientada no início do século XIX, Bridgerton se aproveita da liberdade artística e deixa de lado a questão racial. Na série, os negros ocupam todas as camadas sociais, inclusive a rainha é uma mulher negra, assim como o próprio duque de Hastings, o que moderniza a história sem prejudicar em nada seu andamento, bem como o enredo proposto.
Se quiser conferir a crítica completa da série, clique no link a seguir! https://www.xn--frumnerd-v3a.com/2020/12/critica-os-bridgertons-netflix-2020.html
GREY'S ANATOMY (A ANATOMIA DE GREY)
Criada em 2005, a série já está na sua 17ª temporada e ainda se mantém com números de audiência incríveis, sendo uma das mais amadas da atualidade. Shonda além de criadora de Grey’s, ela também assina o roteiro e a produção. O drama conta o dia a dia de internos de cirurgia no hospital Seattle Grace, com enfoque na Dra. Meredith Grey (Ellen Pompeo). Destaco aqui que uma das marcas da criadora é dar protagonismo às mulheres. Ela faz isso com maestria e apresenta sempre mulheres fortes e independentes em vários arcos de sua história.
Mas o que mais uma série de médico entre tantas tem de tão especial? Certamente o toque de Shonda. Pra começar, ela como mulher negra e ativista, espalha a representatividade por onde passa. Portanto, vemos na história pessoas negras ocupando cargos de liderança e importância, algo que na época de lançamento de Grey's não era comum na televisão e, certamente, serviu de ponta pé para outras séries fazerem o mesmo. Além disso, toda temporada reserva uma sequência de reviravoltas de tirar o fôlego e prender a atenção.
Vale salientar, que ela foi também uma das primeiras a apostar no conceito de crossover, que é quando se coloca um ou mais personagens de universos de ficção distintos em uma mesma história. No próprio Grey’s Anatomy podemos acompanhar ainda nas suas primeiras temporadas o crossover com a série Private Practice, também de autoria de Shonda, que mostra o cotidiano de uma clínica particular em Los Angeles, tendo como personagem que faz a ponte entre os seriados a doutora Addisson Montgomery (Kate Walsh), ex-esposa de Derek Shepherd (Patrick Dempsey). O crossover não para por aí. Mais recentemente, foi a vez de Station 19 (Estação 19), considerado spin-off de Grey's, ou seja uma obra derivada. Station 19 retrata o trabalho do corpo de bombeiros também da cidade de Seattle e vez ou outra médicos e bombeiros coexistem em alguns episódios especiais. Uma das personagens que conectam as séries é a médica do Seattle Grace Mercy West, Carina DeLuca (Stefania Spampinato), que se envolve romanticamente com Maya Bishop (Danielle Savre), uma capitã do corpo de bombeiros. Destaco aí mais uma marca registrada de Shonda que é dar evidência aos personagens LGBTQIA+.
P.S.: Reza a lenda que a série se encerrará nesta 17ª temporada. Será mesmo?
HOW TO GET AWAY WITH MUDER (COMO DEFENDER UM ASSASSINO)
O suspense dramático contou com seis temporadas e teve ninguém menos do que Viola Davis como protagonista que entrou para história ao ser a primeira mulher negra a ganhar um prêmio Emmy na categoria de melhor atriz. Como a própria Viola disse na noite da premiação: “A única coisa que separa mulheres negras de qualquer outra pessoa é a oportunidade.” E é exatamente isso que Shonda faz.
A série conta a história da advogada e professora Annalise Keating, que se envolve em um crime juntamente com seus estudantes de direito e, em razão disso, terá que utilizar de todo seu conhecimento para evitar as consequências e desdobramentos do fato.
O suspense é intrigante e envolvente e, é claro, que aqui não poderia faltar um crossover caprichado. Na quarta temporada, Annalise tem um ação coletiva complicadíssima para resolver e ela recorre a ajuda da incrível personagem Olivia Pope, protagonista de outra série de sucesso, Scandal, interpretada pela diva Kerry Washington. Scandal contou com sete temporadas e narra a história de Olivia Pope, ex-diretora de comunicações da casa Branca que abre uma empresa de gerenciamento de crises empresariais e políticas.
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Da esquerda pra direita: Ellen Pompeo, Shonda Rhimes, Kerry Washington e Viola Davis. |
Sigo ansiosa por ver mais produções e criações de Shonda. Ela sabe como cativar e viciar o público com um conteúdo ousado, moderno e único. Que muitas outras Shondas cheguem ao mercado dando voz às minorias e arrebatando nossos corações!
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