Crítica | The Boys - 2° Temporada (2020, Amazon Prime)

Segunda temporada da série do Prime Vídeo não tem o mesmo nível da primeira, mas consegue ser boa.

Sinopse: A segunda temporada ainda mais intensa e insana, encontra os The Boys fugindo da lei, sendo caçados pelos Supers e tentando desesperadamente se reunir e lutar contra a Vought. Enquanto isso temos a introdução de uma nova personagem, que guarda um grande segredo.

O roteiro dessa temporada foi bem trabalhada, quase todos os personagens tiveram um certo destaque, coisa que a primeira não soube equilibrar muito bem, porém teve a inclusão de várias coisas que só estavam ali pra encher linguiça e deixaram alguns acontecimentos de lado no final, mas as sacadas e piadas foram feitas de forma genial e divertida.

Como falei acima, o roteiro soube trabalhar bem alguns personagens e entre Os Sete tivemos mais destaque para alguns personagens que não foram tão aproveitados assim na primeira temporada, como a Queen Maeve (Dominique McElligott), que nos episódios finais recebe uma atenção que ela já precisava a muito tempo e acaba se tornando uma das melhores personagens dessa temporada, Starlight (Erin Moriarty) foi outra personagem bem aproveitada, com o motivo de mostrar os podres da Vought para o público, mas depois que consegue isso percebe que mesmo assim o povo continua seguindo cegamente os super-heróis, já nesse caso de desenvolvimento não posso dizer a mesma coisa do Black Noir (Nathan Mitchell), que nessa segunda temporada só serviu como um "capacho" para a Vought.

Porém também aconteceu o contrário disso, os personagens que foram bem aproveitados na primeira não tiveram muito atenção nessa segunda, o arco do The Deep (Chace Crawford) só serviu para introduzir a igreja da coletividade, que foi uma grande encheção de linguiça, o desenvolvimento do A-Train (Jessie Usher) foi muito baixo também, nos primeiros episódios ele estava quase a morrer infartado, mas depois esquecem isso.

Além desses personagens já conhecidos, tivemos a introdução da Stormfront (Aya Cash), que no começo pensamos ser uma idéia contrária ao Homelander (Antony Starr), mas depois percebemos que ela é alguém mais pior ainda que ele e toda a mudança de gênero que a personagem teve fez sentido na série e o plot envolvendo ela. E o que falar do Homelander? Sinceramente acho que ele estava jogado nos três primeiros episódios, mas depois ele recebe um ótimo desenvolvimento e volta a ser o mesmo babaca de sempre (coisa que a gente adora) e o ator Antony Starr continuou mandando bem demais na atuação, dando mais facetas ainda para o personagem.

E os rapazes tiveram um bom desenvolvimento também, durante a temporada vimos os problemas familiares de alguns deles. Principalmente o William Butcher (Karl Urbana), depois de saber que sua mulher ainda estava viva no final da primeira temporada ele cria um plano pra tirar ela dali e também descobrimos que ele não tem uma relação nada amigável com seus pais, principalmente o seu pai, já que Butcher culpa por ele por alguma coisa que aconteceu no passado e tivemos várias citações ao irmão mais novo dele, o que faz ele ter de volta a confiança de Hughie Campbell (Jack Quaid), já que os dois tinham uma rincha no começo da temporada. Falando no Hughie tivemos o desenvolvimento de sua relação com a Starlight, e sinceramente acho que foi outra encheção de linguiça, mas foi legal ver seu gosto pelo Billy Joel.

Marvin Milk (Laz Alonso) teve seu relacionamento com seu falecido pai abordado em um episódio dessa temporada, o que foi interessante de ver, além de também querer reencontrar sua mulher e filha, nessa temporada temporada ele foi o responsável por unir o grupo até o final, por causa do conflito já citado entre Butcher e Hughie. Frenchie (Tomer Kapon) foi um dos melhores personagens dessa temporada, foi curioso ver um pouco do seu passado e saber o motivo dele não ter evitado tal acontecimento já falado antes na série e o carisma do ator fez total diferença. A Kimiko (Karen Fukuhara) também foi outra ótima personagem nessa temporada, no início vemos a sua relação com seu irmão e como isso deixou ela no restante da temporada e a quebra de clima que ela faz em algum momento no episódio final foi incrível.

Tive a impressão de que os produtores não tinham planejado antes o esquema de lançar um episódio por semana, os três primeiros episódios que foram lançados juntos tiveram uma conexão legal, já o quarto e quinto episódio não apresentam isso e são muito parados em relação aos outros e olha que os três últimos episódios também não foram lançados juntos, mas tiveram um ritmo frenético e o desenrolar da história muito interessante.

Mesmo estando um pouco abaixo do nível de qualidade da primeira temporada, a segunda temporada de The Boys foi boa ao todo, tendo um final de temporada melhor do que a anterior e deixando alguns ganchos interessantes para serem resolvidos na próxima temporada.

Nota: 8,5