Chegando no último ano da série, o programa chega com algumas diferenças, a principal delas é o número menor de episódios: agora temos a metade, fato que deveria melhor o desenvolvimento da trama, evitando assim aquela famosa “barriga” que diversas séries por aí tem, mas infelizmente isso não acontece.
A série de Bruno Heller sempre teve uma grande vantagem sobre outras do mesmo gênero(especialmente as do canal CW), que é seu elenco. Repleta de bons atores, a produção consegue esconder algumas tramas pouco relevantes com personagens carismáticos e interessantes. Prova disso é a ligação entre Pinguim e Charada. O roteiro traz diálogos sofríveis para os dois personagens, que facilmente se tornam toscos, mas os atores são bons e conseguem salvar um pouco de toda a breguice.
Trazendo elementos da famosa HQ Terra de Ninguém, o roteiro traz diversas referências ao último filme da trilogia do Batman de Christopher Nolan, que também bebe da fonte dessa história. A cidade agora está “desconectada” do resto do mundo, e o caos rapidamente se instala. Cabe ao Jim Gordon, como sempre, a restaurar a ordem e conseguir resolver todos os problemas. Apesar de todas as temporadas sempre exigir de Gordon esse “heroísmo”, isso nunca me incomodou, já que ele é o protagonista da série. Aqui, ele divide mais com o Bruce Wayne esse posto, que o que tem de mais interessante é seu mordomo, uma grata surpresa da produção.
Nessa última temporada, somos apresentado a Eduardo Dorrance(Shane West), que se torna o Bane. O ator claramente se inspira na forma em que Tom Hardy deu vida ao personagem no último filme da trilogia do Nolan. Bane de fato está ameaçador, mas seu personagem era mais interessante enquanto era apenas mais um soldado amigo de Jim Gordon. Era necessário mais um pouco de desenvolvimento do roteiro para que essa transformação do personagem se tornasse mais crível.
Gotham sempre teve dúvidas de qual era seu maior foco: mostrar os primórdios da cidade antes um certo cavaleiro das trevas, ou desenvolver um jovem Bruce Wayne até o momento em que se torna o Batman. O que salvou a série, salva(mas não muito) essa temporada. Entre fotografias muito bonitas e personagens interessantes, a história parece não saber muito para onde ir. E seu resultado é apenas ok, não compromete, mas poderia ter sido muito melhor. E no final, entrega aquilo que já era claro desde o início da série.
Nota: 6
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