Taika Waititi entrou nos holofotes do mundo cinematográfico em 2017 com o lançamento de Thor: Ragnarok (que eu adoro). Logo, fiquei interessado em mais filmes do diretor e encontrei esta bela obra chamada A Incrível Aventura de Rick Baker. O filme é um ótimo exemplo de película divertida e autoral do diretor. POSSÍVEIS SPOILERS!
O roteiro do filme não tem segredo, Rick Baker (Julian Dennison), um deliquente juvenil é adotado por um casal de fazendeiros no meio de lugar nenhum onde é cuidado pela gentil Bella (Rima Te Wiata) e o cara fechada Hec (Sam Neill). Após ocorrer o inesperado na trama, inicia-se uma jornada de descoberta e principalmente de convivência por parte de Rick e Hec em meio à floresta com direito à várias referências à cultura pop e afins. Com diálogos divertidissímos que arrancam risadas de forma espontânea, a narrativa é feita de uma ótima estrutura que nunca deixa o espectador se cansar no meio do longa e sim te faz querer ver até o fim a aventura dessa dupla.
O diretor implementa um tom gostoso na narrativa sabendo pegar leve e ao mesmo tempo trabalhar coisas trágicas. A trama é simples e você pode até adivinhar o que vai ocorrer no fim, mas acompanhar a jornada talvez seja o maior ponto do filme. Aliás, outro ponto forte é o humor do Taika que pra mim é um dos melhores. Tudo é simples e habilidoso, por isso funciona bem. O filme trabalhou muito bem isso, porém tem momentos que o roteiro enrola demais em alguns capítulos e o final do filme pode parecer muito conveniente e apressado, mas ainda sim divertido.
Sobre os personagens, Rick Baker interpretado pelo jovem Julian Dennison se sai bem no papel, o personagem dele traz além do carisma um elo amigável com personagem de Sam Neill que é fantástico de asssistir. Seu personagem que se diz encrenqueiro talvez seja humano o bastante para se tornar alguém melhor, que é o que vemos, uma redenção de seu lado errado. Junto dela vemos a redenção do personagem Hec que aprende a ser um tipo de amigo/parceiro do garoto ao mesmo tempo reaprende a ter humanidade ainda que um pouco retraída. Vemos ele transformar-se durante a obra, a conversa dele com o garoto no final do filme nos dá essa evolução.
Alías, temos tantos personagens aparecendo nos capítulos e todos inesquecíveis que não poderia deixar de mencionar como o personagem de Rhys Darby que é extremamente engraçado. Ele tem uma cena com o próprio diretor do filme como um pastor em um funeral onde é hilário de tão absurda que é. Os personagens conselheiros tutelares Rachel Paula e Oscar Kightley são hilários e tem forte semelhanças aos policiais que aparecem em O Que Fazemos nas Sombras. E mesmo aparecendo em curto tempo, a personagem Bella é quem faz o filme engrenar sendo carismática e divertida. O desenvolvimento de personagens aqui é muito bom.
A falar da produção técnica do filme, a fotografia do lugar é espetacular dando vários cortes pra cenas onde o destaque a natureza é nítido com belas paisagens dando a imersão daquele lugar que realmente está vivo. A trilha sonora é tranquila e nos ajuda a apreciar essas belas vistas.O ambiente do filme é lindo sem tirar nem por, uma produção bem empenhada com certeza.
Conclusão: Um ótimo filme que traz reflexões sobre a vida na mais pura aventura cômica sem forçar e sem se entregar alicerces desnecessários. É uma historia de aprendizagem com situações inusitadas que merece ser vista.
Nota: 8,5
Publicado por: Avast
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