Quinto filme da carreira do diretor David Fincher é um ótimo suspense com boas atuações e uma direção estilosa.
Sinopse: A recém-separada Meg Altman (Jodie Foster) e a filha Sarah (Kristen Stewart) são surpreendidas com a invasão de sua casa por três bandidos. Elas se escondem em um quarto secreto para situações de emergências, mas passam a enfrentar pequenos problemas dentro e fora de seu refúgio, pois o que os homens procuram está justamente no quarto onde elas estão.
O Quarto do Pânico é um filme que tem a velha premissa de sobreviver em situações perigosas do dia a dia, no caso aqui um assalto em residências. Toda a atmosfera desse filme é urbana e centrada na figura de uma casa enorme e alguns malandros que desejam algo de lá. Só que a complicação na vida dos ladrões está na figura de uma mãe obstinada que fará de tudo para proteger sua filha de qualquer dano.
Em primeiro lugar, vale ressaltar que a maternidade é um tema bem importante na trama, pois a protagonista acaba de terminar um casamento e faz de tudo para ser uma boa mãe para a filha Sarah, mas não é fácil. A direção de David Fincher faz questão de expressar o esgotamento emocional daquela mulher com cenas bem intimistas que focam muito no rosto de Jodie Foster para que a atriz transmite a tristeza da personagem e como a readaptação para uma nova vida atinge ela. As cenas em que ela não consegue dormir e fica se virando de um lado para o outro são um exemplo da inquietação da personagem.
Porém, essa inquietação é bem oportuna, pois é em uma delas que ela percebe que três homens invadiram sua casa. Enquanto isso no andar de baixo, os ladrões Junior (Jared Leto), Burnham (Forest Whitaker) e Raul (Dwight Yoakam) discutem os imprevistos nos planos de roubo e em como a presença das mulheres ali atrapalha isso. Essa parte é essencial, pois todo a tensão da película reside nas cenas desses personagens, pois cada um deles tem moralidades distintas e isso gera muitos atritos quando devem fazer ações mais extremas.
É nesse bloco que Fincher põe seu talento em prática com a câmera passando por todos os cômodos da casa numa espécie de plano sequência que tem como finalidade deixar o espectador apreensivo com a iminente chegada dos ladrões e na vulnerabilidade em que Meg e sua filha se encontram. O diretor também usa a câmera para fazer uma exposição sem que sejam precisos diálogos expositivos. Toda vez que algum personagem tem uma ideia ou alguma reviravolta está em curso, ele usa a câmera para sugerir isso através de elementos visuais do cenário com ângulos bem próximos com uma pitada de slow motion. A cena com o botijão de gás no segundo ato é um ótimo exemplo de excelente construção visual por parte do diretor.
O roteiro do filme trabalha bem os personagens e busca deixar todos aproveitáveis dentro do enredo, a figura de Sarah é um bom exemplo disso. Em filmes assim, as crianças costumam mais atrapalhar do que ajudar, mas aqui a presença da jovem é usada para ambos. O roteirista David Koepp usa ela como motivação para que certos riscos sejam necessários e faz ela ajudar quando necessário para que sua presença não soe desnecessária.
No núcleos dos ladrões, o que mais de destaca é Burnham que não deseja machucar ninguém, porém deseja o dinheiro e nos é mencionada sua motivação, logo não vai naquele clichê de ladrão por ser ruim. No entanto, se ele escapa disso, o Raul é exatamente o oposto tomando decisões impulsiva e violentas para dar mais perigo para a condução da trama. O mais fraco foi o Júnior de Jared Leto que se resume a falar e fazer pose, mas não é um personagem que agrega muito, mesmo que um segredo dele seja importante no desenrolar dos acontecimentos.
Por fim, vale destacar que em termos técnicos o filme é correto com uma boa fotografia e trabalho de câmera, mas em termos visuais é bem simplista com os cenários e figurinos sendo funcionais para a história. Um ponto que incomoda um pouco foi a falta de “lógica” em certas atitudes dos personagens como por exemplo os bandidos não quebrarem as câmeras de vigilância ou no fato de um deles usar um uniforme de serviço que revela sua identidade e não usar máscara para cobrir seu rosto.
O Quarto do Pânico sabe criar tensão e é uma boa pedida para quem curte suspenses.
Nota: 8,0
Publicado por: Matheus Eira
Sinopse: A recém-separada Meg Altman (Jodie Foster) e a filha Sarah (Kristen Stewart) são surpreendidas com a invasão de sua casa por três bandidos. Elas se escondem em um quarto secreto para situações de emergências, mas passam a enfrentar pequenos problemas dentro e fora de seu refúgio, pois o que os homens procuram está justamente no quarto onde elas estão.
O Quarto do Pânico é um filme que tem a velha premissa de sobreviver em situações perigosas do dia a dia, no caso aqui um assalto em residências. Toda a atmosfera desse filme é urbana e centrada na figura de uma casa enorme e alguns malandros que desejam algo de lá. Só que a complicação na vida dos ladrões está na figura de uma mãe obstinada que fará de tudo para proteger sua filha de qualquer dano.
Em primeiro lugar, vale ressaltar que a maternidade é um tema bem importante na trama, pois a protagonista acaba de terminar um casamento e faz de tudo para ser uma boa mãe para a filha Sarah, mas não é fácil. A direção de David Fincher faz questão de expressar o esgotamento emocional daquela mulher com cenas bem intimistas que focam muito no rosto de Jodie Foster para que a atriz transmite a tristeza da personagem e como a readaptação para uma nova vida atinge ela. As cenas em que ela não consegue dormir e fica se virando de um lado para o outro são um exemplo da inquietação da personagem.
Porém, essa inquietação é bem oportuna, pois é em uma delas que ela percebe que três homens invadiram sua casa. Enquanto isso no andar de baixo, os ladrões Junior (Jared Leto), Burnham (Forest Whitaker) e Raul (Dwight Yoakam) discutem os imprevistos nos planos de roubo e em como a presença das mulheres ali atrapalha isso. Essa parte é essencial, pois todo a tensão da película reside nas cenas desses personagens, pois cada um deles tem moralidades distintas e isso gera muitos atritos quando devem fazer ações mais extremas.
É nesse bloco que Fincher põe seu talento em prática com a câmera passando por todos os cômodos da casa numa espécie de plano sequência que tem como finalidade deixar o espectador apreensivo com a iminente chegada dos ladrões e na vulnerabilidade em que Meg e sua filha se encontram. O diretor também usa a câmera para fazer uma exposição sem que sejam precisos diálogos expositivos. Toda vez que algum personagem tem uma ideia ou alguma reviravolta está em curso, ele usa a câmera para sugerir isso através de elementos visuais do cenário com ângulos bem próximos com uma pitada de slow motion. A cena com o botijão de gás no segundo ato é um ótimo exemplo de excelente construção visual por parte do diretor.
O roteiro do filme trabalha bem os personagens e busca deixar todos aproveitáveis dentro do enredo, a figura de Sarah é um bom exemplo disso. Em filmes assim, as crianças costumam mais atrapalhar do que ajudar, mas aqui a presença da jovem é usada para ambos. O roteirista David Koepp usa ela como motivação para que certos riscos sejam necessários e faz ela ajudar quando necessário para que sua presença não soe desnecessária.
No núcleos dos ladrões, o que mais de destaca é Burnham que não deseja machucar ninguém, porém deseja o dinheiro e nos é mencionada sua motivação, logo não vai naquele clichê de ladrão por ser ruim. No entanto, se ele escapa disso, o Raul é exatamente o oposto tomando decisões impulsiva e violentas para dar mais perigo para a condução da trama. O mais fraco foi o Júnior de Jared Leto que se resume a falar e fazer pose, mas não é um personagem que agrega muito, mesmo que um segredo dele seja importante no desenrolar dos acontecimentos.
Por fim, vale destacar que em termos técnicos o filme é correto com uma boa fotografia e trabalho de câmera, mas em termos visuais é bem simplista com os cenários e figurinos sendo funcionais para a história. Um ponto que incomoda um pouco foi a falta de “lógica” em certas atitudes dos personagens como por exemplo os bandidos não quebrarem as câmeras de vigilância ou no fato de um deles usar um uniforme de serviço que revela sua identidade e não usar máscara para cobrir seu rosto.
O Quarto do Pânico sabe criar tensão e é uma boa pedida para quem curte suspenses.
Nota: 8,0
Publicado por: Matheus Eira
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