Não é mistério para ninguém que a trilogia das cores é o que é graças a ótima dupla Jeph Loeb e Tim Sale, implementando sempre algo próprio em suas HQs juntos, mas ao mesmo tempo em que respeitam cada traço clássico daquele ambiente, sem fazer modismo descerebrado porque querem. E aqui em Homem-aranha azul, eles conseguem a proeza de ser um lindo conto ao passado do personagem.
Essa história assim como o antecessor, Demolidor Amarelo, se concentra em Peter Parker em sua casa, com um gravador velho relatando os anos incríveis em que conheceu a loira de olhos atraentes Gwen Stacy. Começando com um embate com Duende Verde, até sua perda de memória (esquecendo a identidade secreta do aranha,inclusive), onde Peter, sabendo da identidade de Norman como duende, estaria em um conflituoso caso de incerteza se Norman poderia se lembrar dele ou não. Com esse temor, somos apresentados a um Peter criando laços com filho de seu arqui-inimigo, Harry Osborn. Com essa amizade, traz outras juntas, inclusive a de Gwen Stacy. É aqui que a história começa a trazer seus ares sentimentais a tona, toda a narrativa mesmo que altruísta por parte do Peter, traz consigo camadas enormes e uma melancolia nas palavras dele, que faz que entremos nesses relatos e nos relacionamos junto de Peter em mostrar como Gwen Stacy foi importante para ele. Através de acontecimentos totalmente inspirados nas aventuras clássicas do aranha, é uma montanha russa de nostalgia que não peca em momento algum em esfregar nos nossos olhos toda aquela homenagem. A história além de tudo, traz consigo momentos não só sentimentais, mas um tom cômico característico do amigo da vizinhança. Com momentos que não desviam o foco do leitor para o caminho triste trilhado para o personagem, sempre trazendo naturalidade, e claro nos fazer rir para abafar essa narrativa tão intimista(principalmente na hora de zoar Flash Thompson). Aliás, os personagens, desde os principais, até os coadjuvantes estão muito bem imaginados aqui, sem sair da suas essências, temo diálogos entre eles realmente bem anos 60-70, com Flash Thompson sendo um dos coadjuvantes mais bem explorados aqui, junto da doce tia May, sempre preocupada com o sobrinho, até a sorridente e festeira Mary Jane, que sem dúvidas foi outra garota que foi importantíssima pra vida do herói. Tanto que é ressaltado isso constantemente na HQ, com o casamento dela e de Peter tendo sido um seguimento de vida após os turbulentos dias do amigão da vizinhança. Sempre lembrando que ao conhecer uma mulher tão incrivel como Gwen, ele também pode conhecer outra mulher incrível ao seu lado.
A história nunca é sombria, pelo contrário, é mais triste sim em alguns momentos. pois como já mencionei acima, lembrar-se de um período tão bom sem imaginar o que viria não é fácil. Mas a história sempre segue uma estrutura constante de intimista nas palavras de Peter, ao mesmo tempo em que agradece por ter vivido anos bons ao lado dela, sempre acompanhado do azul claro, uma cor que faz todo o sentido nessa historia.
Ao falar da incrível arte de Tim Sale, ele faz desenhos incríveis, trazendo aspectos visuais de clássicas revistas do Aranha, com aquela homenagem escancarada no quadrinho presente muito bem elaborada, Tim Sale sempre mandando super bem!
Conclusão: Uma história linda, uma carta de amor de Peter Parker pra sua eterna amada Gwen Stacy. De como ela significou para a vida dele, e de como os acontecimentos ao seu redor também. É divertido, simples em estrutura e nada mirabolante que cansa. A história definitiva do cabeça de teia, sobre o amor que ele sente sobre Gwen Stacy.
Nota: 10
Publicado por: Avast.
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