Sexto filme do universo compartilhado da DC Comics é divertido, colorido, cheio de ação e com um dos melhores visuais já produzidos no gênero.
Sinopse: A cidade de Atlântida, que já foi lar de uma das mais avançadas civilizações do mundo, agora é um reino submerso dominado pelo ganancioso Rei Orm. Com um vasto exército a seu dispor, Orm planeja conquistar tanto os demais reinos do oceano, quanto o mundo da superfície. Em seu caminho está Aquaman, meio-humano e meio-atlante, e verdadeiro herdeiro do trono. Com a ajuda da princesa Mera, Aquaman precisa recuperar o lendário Tridente de Atlan e aceitar seu destino como protetor das profundezas.
O principal elemento para fazer uma adaptação de histórias em quadrinhos para o cinema é a compreensão do que funciona em uma mídia, mas não na outra. O diretor James Wan entendeu bem isso e entregou uma das obras mais fiéis à estética e canastrice das HQs, toda a concepção visual do longa é um deleite para o espectador e o ritmo frenético da trama ajuda a prender a atenção do público. A direção de Wan sem dúvida é o maior ponto forte do filme, ele entende o absurdo dos quadrinhos e cria um filme que respeita o material original e cria uma obra repleta de ação bem dirigida.
Em primeiro lugar, vale ressaltar a maestria com a câmera nas cenas de ação, o giro em 360° em vários shots dá um toque de adrenalina ao material aliado as ótimas coreografias dos dublês. Os efeitos visuais são muito bem feitos na maior parte do filme, há um bom trabalho para deixar o ambiente aquático o mais crível possível dado o absurdo da situação e o design de produção é simplesmente primoroso usando vários conceitos dos quadrinhos aliados à uma estética moderna mais limpa e luminosa. Os figurinos são outro destaque, todos bem cartunescos com essas, máscaras, armaduras e tudo que os fãs de fantasia esperam de um filme do Aquaman.
Enquanto que a parte técnica manda bem, na parte criativa as coisas não estão no mesmo patamar. O roteiro da obra é de um tom de canastrão com diálogos bregas e cheio de exposição. Por exemplo, em vários momentos algum personagem para o que está fazendo para dar uma explicação ou citação para alguma situação que o público desconhece de um modo bem verborrágico. O arco dos personagens é bem trabalhado, mas a pobreza dos diálogos dão um ar clichê, coisa que os atores não conseguem contornar. Jason Momoa põe muito do seu jeito de ser na sua versão do Aquaman e muito disso funciona devido ao grande carisma dele, pois em cenas mais profundas ele não se sai tão bem. O mesmo pode ser dito de Amber Heard interpretando Mera, a atriz passa a imponência necessária à personagem, mas sua falta de expressividade prejudica várias cenas.
O núcleo dos vilões é encabeçado por Orm e Arraia Negra. O primeiro é o típico vilão clichê que deseja dominar o mundo, mas a atuação de Patrick Wilson, apesar de caricata ajuda a passar o ar ameaçador que o vilão deve ter. O Arraia Negra é um vilão secundário usado pelo roteiro afim de atrapalhar a jornada dos heróis ao longo do filme, ele tem uma motivação estabelecida, mas o uso dele foi pouco, visto que os produtores devem usá-lo como vilão principal na sequência. O resto do elenco se sai bem em seus papéis, destaque para a Nicole Kidman como Rainha Atlanna.
Aquaman é um filme divertido, canastrão e bem dirigido. Vale a pena ser visto.
Nota: 7,5
Publicado por: Matheus Eira.
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