Thor: Amor e Trovão traz um filme alucinado, humorístico e com amor em uma história sobre encontrar seu caminho pelas aventuras no cosmos.


🚨🚨POSSÍVEIS SPOILERS A FRENTE🚨🚨

Não é segredo para ninguém que acompanha o site e vê ocasionalmente meus comentários sabe que sou um fã de histórias sci-fi cósmicas e claro, de uma boa dose de comédia (de preferência escrachada) e juntar esses dois gêneros sempre dá em alguma coisa, boa ou não, mas que torcemos para o melhor sempre, esse é o caso com a franquia Thor, que desde seu terceiro filme entrou em uma jornada digna de odisséias espaciais desde então, saindo da monotonia de Asgard em filmes anteriores controversos e do ambiente terrestre, e junto disso veio o humor, em Ragnarok isso foi acertado de maneira primordial e leve, será que o diretor Taika Waititi se inspirando em duas obras de Jason Aaron, conseguiu êxito na quarta aventura do nosso agora good vibes Thor?

O filme conta com a jornada espiritual de Thor Odinson (Chris Hemsworth), que agora se aventura ao lado dos Guardiões da Galáxia salvando planetas e lidando com uma crise de meia-idade sobre seu destino no futuro, mas tudo isso acaba quando Gorr (Christian Bale) o Carniceiro dos Deuses surge e promete por fim em todos os deuses do universo, com essa ameaça, Thor se reúne com sua trupe de Ragnarok Korg (Taika Waititi) e Valquiria (Tessa Thompson) enquanto encara a volta de seu ex-amor agora digna do martelo Mjolnir Jane Foster (Natalie Portman) A poderosa Thor.

Indo direto ao ponto, a trama do filme é coordenada de forma rápida, rápida mesmo pois o filme já deixa claro seu objetivo após 20 minutos de projeção do longa quando ele parte para a trama que nos interessa, obviamente que 1 hora e 59 minutos são bem curtos embora seja padrão blockbuster, e nesse caso os fãs principalmente da história que inspira o filme podem se contorcer pela duração achando que não irão conseguir contar a história direito no longa, e de fato tem esses momentos, em específico, no começo, creio que poderiam ter cortado e adicionado algumas cenas lá que realmente significavam mais para a trama do que um tie-in minúsculo de aventura com os Guardiões, mas eles tem o respiro necessário para contar toda a história depois.

A trama é bem redonda e tem um enredo interessante a ser contado, mostrando a insatisfação não demonstrada de Thor por algo ao seu redor, nós sabe que ele está passando pela velha crise existencial de que precisa de algo pra se justificar novamente, isso é trabalhado em volta de momentos leves e divertidos do personagem, mostrando como ele está em espírito nesse filme, praticamente o guru da paz, e tudo isso vai se encaminhando perfeitamente para se cruzar com o arco de Jane Foster, que sim, ela tem câncer aqui assim como nos quadrinhos já teve, até o momento tudo o que resta a ela além do câncer é um objetivo e ela encontra ele ao ir em Nova Asgard, sai deste momento vamos a entrada de Gorr matando deuses e invadindo Nova Asgard com seus beserkers negros, e tudo isso sem muitas papas na lingua, a rota de colisão entre esses nucleos não demora nada é um piscar de olhos e pronto.


Aliás, como se baseia na saga do Carniceiro dos Deuses, para a proporção da HQ, o filme consegue fazer jus ao que propõe? aos moldes MCU eu digo que razoavelmente bem, veja não temos tantos detalhes assim como na história, sem bombas divinas ou viagens malucas no tempo e variantes de Thor jovem e futuro (ainda bem), o filme pega alguns elementos e insere ali e aqui e constrói sua própria história, assim como Thor Ragnarok, embora este consegue ainda seguir mais fielmente o arco do Ragnarok de Walter Simonson com mais facilidade.

Entretanto, agora vou entrar em um parágrafo que com certeza é a maior preocupação da galera, inimigos do riso, e o humor ein Avast? psé, como sabem, Taika Waititi é diretor de humor (AAh mas não me diga), e sabe fazer mescla de dramédia perfeitamente, vide Jojo Rabbit e Boy, e é aquilo que tenho que deixar claro, se você, assim como eu, gostou do humor do terceiro filme do deus do trovão, você vai gostar desse filme ou não, se você já não gostava não será agora que vai se surpreender, pq o filme é Taika Waititi liberto sem amarras do estúdio, com um roteiro escrito pelo próprio ao lado da roteirista Jennifer Kaytin Robinson, o humor aqui é elevado ao limite da loucura e megalomania do diretor, mostrando o que ele tem a oferecer nessa área, até mais que em Ragnarok eu diria, é um filme de comédia pastelona mesmo e eu dei boas gargalhadas em vários momentos sim (po meu, os bodes são demais), embora os aleatórios momentos de interação entre Thor e o Rompe-Ciumentas é a parte mais fraca do humor do filme. É um humor bem constante então já aviso, quem não curte, vai se incomodar, creio que pode ter a mesma sensação do “passou dos limites” de Guardiões da Galáxia Vol.2, mas deixo claro, se em Ragnarok você sentia que não tinha tempo para um pouco de equilíbrio entre o drama e a veia cômica, ele não se atenua tanto em momentos importantes na obra, eu falo com tranquilidade que aqui tem bons momentos onde temos um drama sendo feito sim, principalmente para o terceiro ato do filme.

A falar dos personagens do filme, os Revingadores, YES! estão de volta, a equipe formada pelo Thor no terceiro longa do da franquia está muito mais à vontade aqui, é realmente divertido ver Korg, Valquiria, Thor e Jane Foster juntos, a interação funciona e ainda dá força para o romance entre os dois ex pombinhos. Não esqueça que o filme além de uma aventura cósmica e comédia, é um romance, e finalmente! Natalie Portman conseguiu ter química com Chris Hemsworth, que milagre! os personagens tem bons diálogos e compartilham cenas belíssimas que é onde entra o drama do filme, sem pender para algo sombrio caricato, um drama que é perfeitamente ilustrado na cena onde eles estão no espaço contemplando golfinhos espaciais e nos momentos finais, é lindo e com coração, Natalie consegue transpor sua preocupação em não querer ser um fardo e mostra que é capaz de fazer alguma coisa em seus últimos momentos de vida, ela como Thor é engraçada e carismática, uma pena que esses talentos não tenham sido desenvolvidos no passado, Thor mostra sua preocupação como um Deus mostraria, sem se derramar em lágrimas, mas sentindo o que se passa quando descobre a verdade, Valquiria está mais solta aqui e passa uma parceria com Jane Foster e Thor de forma legal, mostrando o quão entediada estava ao ser governanta de Asgard, e o Korg, bem, é o Korg né, voz fina do Waititi e muito coração para muita pedra.


Sobre o grande vilão do filme, Gorr está muito bom, já na abertura do filme, temos o tom que o personagem irá seguir durante o filme, com seu arco dramático e destrutivo, todas as aparições do Christian bale no filme nós quer que ele volte sempre, é nítida a inspiração que o ator pegou de alguns de seus papéis mais radicais para impor no personagem como o pirado Patrick Bateman por exemplo, sem exagerar nos maneirismos do mesmo é claro, uma pena que sua participação de tela não seja maior do que eu esperava que poderia ser, os envolvidos do filme poderiam ter dedicado muito mais cenas em relação ao mesmo, pelo menos com flashbacks e cenas a mais, mostrando o quão a Necroespada o está afetando e até mesmo suas motivações.


E chegando nesse ponto, falando em mais cenas, para isso eu teria incluído nos primeiros 15-19 minutos do longa dedicados ou ao Gorr ou mais a Jane, sinceramente, a necessidade da presença dos Guardiões da Galáxia aqui é zero e durante a produção, teria limado eles do filme, apenas mantendo o mesmo planeta em que estavam, só com Korg e Thor ajudando os aldeões, era só ter encaixado na narração de Korg que o Thor saiu da equipe e quis se aventurar sozinho.


E sim temos deuses, vivos e mortos, aliás uma das coisas que mais gostei do filme é ver a expansão de todo um núcleo da Marvel finalmente indo (mesmo que aos poucos) mais além, pois aqui neste filme temos o maior número de seres intergalácticos desde deuses até entidades, num filme da Marvel Studios. A sequência na cidade da onipotência é rica em detalhes, temos deuses de todo tipo, inclusive, um que eu fiquei simplesmente incrédulo por não esperar que teria um deus sobre aquilo hehehe, e o destaque de todos eles é Zeus, interpretado por Russell Crowe, que aqui subverte completamente o que muitos pensariam sobre o mesmo, Zeus no filme é um déspota e fanfarrão, e casou com a situação do filme. A trilha sonora do filme digamos que se comparada com Ragnarok, o trabalho de Mark Mothersbaugh é muito mais marcante, principalmente nas sequências envolvendo Saakar, mas em Amor e Trovão Michael Giacchino consegue trazer uma trilha legal, o destaque mesmo vai para o uso de músicas Rock’N Roll durante do filme, com muito Guns n’ Roses. A produção acertou em cheio no visual do filme, principalmente nas cenas fora da Terra, a fotografia é colorida e cheia de vida, nos mostrando cenas verdadeiramente bonitas (principalmente na ótima sequência de ação no planeta sombrio). Além de um CG igualmente bom em uns momentos e em outros nem tanto, mas nada de alarmante. Conclusão: Um otimo filme, eu sempre fiquei ansioso pela chegada do filme seja de alguma forma ou de outra, era o filme que mais esperava dessa controversa Fase 4, e me sinto feliz em ter gostado pois é o filme junto de Shang-Chi é aquela forma de contar uma história simples sem muitas pretensões, embora se inspire em uma história cheia delas, é praticamente uma revista semanal, um caminho simples, e agora não sei o que espera mais a frente em relação a franquia Thor, eu quero mais, com Taikão, com Hemsworth, todos reunidos, e lá vamos nós!

Nota: 8 😄

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